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BRASIL

Vida longa ao EOL: A importância da mídia independente na construção de uma narrativa contra-hegemônica e em apoio às lutas

Portal completou quatro anos no dia 12 de agosto de 2020

Marco Dantas, do Rio de Janeiro, RJ

Os poderosos, através da comunicação e de seus meios de difusão, se manifestaram ideologicamente e exerceram um controle social através da manipulação de informações através de suas mídias ao longo de décadas.

Os chamados grandes grupos que controlam suas inúmeras plataformas (TV’s, internet, jornais, revistas e rádio) conseguem atingir corações e mentes de forma a solidificar suas concepções de mundo seja em relação à política, economia, comportamento e cultura.

Trata-se de uma narrativa da imprensa burguesa por anos a fio que estabeleceu uma conexão com a população e moldou uma imagem de país e de mundo à sua semelhança, em função de seus interesses.

A classe dominante necessita de uma égide para manter sua dominação: o Estado e a ideologia. Nesse caso a classe que detém o poder e subjuga as outras classes e grupos tem um regime político móvel baseado em seus interesses ocasionais e tipos de governos adequados pra esses regimes do Estado.

A ideologia dominante é difundida com maestria pela comunicação manifestada das mais variadas formas: na política, economia, cinema, música, teatro, artes plásticas etc

Mas é na mídia que essa ideologia burguesa é mais difundida no cotidiano. A queda do Muro de Berlim, é até hoje, um exemplo do empenho internacional da mídia burguesa em propagar aos quatro cantos que o socialismo morreu. É bem verdade que o que existia no leste europeu não era o socialismo com democracia e com economia planificada, tampouco com emancipação dos trabalhadores, porém a cruzada contra o comunismo (que não existia mais nesses países) já tinha sido feita pelos grandes meios de comunicação alinhados com os governos neoliberais à época.

Hoje, além da mídia burguesa e de seu controle de milhões de pessoas, temos a incursão da indústria das propagandas políticas com o auxílio ilegal de dados de redes sociais, como o Facebook, que cedeu informações – sem consentimento dos usuários – de mais de 50 milhões de pessoas para serem usadas pela empresa Cambridge Analytica, nas eleições estadunidenses em 2018.

No Brasil assistimos a uma outra modalidade de difusão e propagação em massa de notícias falsas, as chamadas “fake news” através de bases, em sua maiorias robôs, que fizeram e fazem o trabalho sujo à serviço do núcleo duro de apoio ao governo conhecido como o “gabinete do ódio”, formado por figuras do clã Bolsonaro e proeminentes signatários do mundo virtual como blogueiros financiado por empresários ligados ao presidente Jair Bolsonaro e que são investigados no inquérito sobre as fake news no STF.

A denúncia desta prática e o combate sem trégua a essa quadrilha virtual deve ser uma tarefa cotidiana aliada a luta pelo “Fora Bolsonaro e Mourão”, um governo decerto inimigo da democracia.

Neste contexto, é importante exaltar e apoiar as iniciativas das chamadas mídias independentes que têm como principal objetivo produzir informações baseadas na realidade dos trabalhadores e da juventude, moradores das periferias, que são alvos da repressão do Estado dia e noite. É fundamental seguir com as coberturas e apoiar a luta da classe nos mais diversos segmentos como trabalhadores das fábricas, escolas, universidades, saúde, construção civil, serviço público, e todos aqueles lutam, como os entregadores de APPs, que buscam aumentar seu nível de consciência e se contrapor ao que Gramsci cunhou de senso comum – conjunto de valores e ideias aceito por todos.

Esquerda Online, parabéns pelos 4 anos de cobertura das lutas e discussão de ideias. Narrando as resistências e resistindo às narrativas.

Todo apoio à mídia independente, contra-hegemônica e sem conciliação de classes.

Hasta la vista!