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Somos mais que atletas

José Carlos Miranda

José Carlos Miranda foi ferroviário e metalúrgico. Ativista dos movimentos sociais desde os anos 1981, é da Coordenação Nacional da Resistência/PSOL, membro do Conselho Curador da Fundação Lauro Campos (PSOL) e da Direção do PSOL-SP

A maior liga de basquete do mundo parou nesta quarta-feira, em um protesto contra o racismo estrutural nos EUA. Desta vez foi detonado após a postagem de um vídeo onde um policial branco atira a queima roupa 7 vezes em um jovem negro desarmado.

O jovem homem negro Jacob Blake foi alvejado com 7 tiros nas costas, desarmado, na frente de seus 3 filhos e corre risco de ficar paraplégico. O fato ocorrido se soma aos protestos que incendiaram os EUA há meses e se propagaram pelo mundo, dos quais muitos jogadores participaram. Vale ressaltar que tomaram corações e mentes não só da população negra – as grandes marchas e protestos muitas vezes tinham maioria de participantes não negros.

Os protestos de atletas negros são um fato na luta dos negros nos EUA. A icônica foto dos punhos cerrados, nas Olimpíadas em 16 de outubro de 1968, na Cidade do México, quando Tommie Smith e John Carlos levaram as medalhas de ouro e bronze, respectivamente. São a prova sessa ligação histórica do história dos EUA, os boicotes e rebeliões negras, a segregação, são marcas na história de gerações que não cicatrizam. As políticas afirmativas de inserção na sociedade de consumo e até a eleição de um presidente negro, nos demonstraram que são completamente insuficientes para o combate efetivo contra o racismo. Mas o protesto chegar ao bilionário mundo da NBA é fato espetacular e inédito na histórica luta contra o racismo estadunidense.

Esses protestos se inserem no contexto da pandemia e da onda de protestos apos o cruel assassinato de George Floyd e certamente tem íntima ligação com as lutas históricas contra a escravidão, o boicote de Montgomerry, as lutas de Selma, as marchas e revoltas que marcaram a luta dos negros nos EUA.

O protesto que começou com o boicote do time da cidade de Milwalkee ganhou adesão de todos times da NBA. Nesta quinta, os jogadores se reunirão para definir o que fazer. A temporada pode ser suspensa, a liga feminina de basquete também foi suspensa e existe a possibilidade de alcançar outras esportes como beisebol e futebol. LeBron James propagando uma frase que se alastrou “Mais do que atletas”.

Não sabemos onde pode parar esse movimento, mas desde já terá impacto nas eleições e na luta contra o sistema racista dos EUA e do mundo.

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Marcado como:
antirracismo