Marcel Hic nasceu em 30 de abril de 1915 e morreu em um campo de concentração nazista, em 28 de dezembro de 1944. Aos 18 anos entrou na Liga Comunista e em 1933 se tornou um militante ativo das juventudes leninistas (Jeunesses Leninistes). Em 1934, juntou-se à SFIO (seção francesa da Internacional Operária) para constituir uma fração bolchevique-leninista, chegando a ser um dos principais líderes da Federação de Juventudes Socialistas do Sena, até sua exclusão, um ano mais tarde.
Em 1936, criou as Juventudes Socialistas Revolucionárias e, em plena onda revolucionária, participou na criação do Partido Operário Internacional (POI), tendo sido um de seus principais líderes. Em desacordo com a direção do OPI e com Trotsky, dedicou-se a um pequeno grupo de ativistas das “Auberges de Jeunesse” (Albergues da Juventude).
Durante a guerra e a ocupação nazista, ele foi peça chave do reagrupamento dos trotskistas franceses e europeus brutalmente perseguidos, isolados e assassinados, tanto pela Gestapo como pelos serviços secretos estalinistas.
Em agosto de 1940, publicou o La Verité, o primeiro jornal antinazista clandestino da França, que ele dirigiu até sua prisão e deportação, em 1943.
Hic foi fundador do Comitê pela Quarta Internacional e, em janeiro de 1942, membro do Secretariado Europeu Provisório da Quarta Internacional, em Bruxelas. Escreveu as “Teses sobre a Questão Nacional”, que foram aprovadas pela seção belga e, em dezembro do mesmo ano, pelo POI. Nelas, ele coloca que a derrota do imperialismo francês e a ocupação geravam opressão nacional e uma “questão nacional”, razão de ele traçar uma estratégia sob a qual a burguesia de um país ocupado torna-se aliada natural do movimento operário e este último, um membro pleno da “resistência nacional”.
Muitas de suas ideias seriam retomadas na “Resolução sobre o Movimento Partisan”, de 1943, que colocava a “Resistência sob linhas de classe”. Outro escrito importante de Hic foi o “Manifesto sobre a Dissolução da Internacional Comunista”, de junho de 1943.
Hic conseguiu escapar da prisão em 1941, por falta de provas, mas foi detido pela segunda vez em outubro de 1943, torturado pela Gestapo e deportado para os campos de concentração nazistas de Buchenwald e Dora. Morreu em 28 de dezembro de 1944, ao ser transferido para Elrich.
Entre suas principais obras e escritos se destacam: Informe sobre a França; A Questão Nacional na França e os Estados Socialistas da Europa; Teses sobre a Questão Nacional; Stalin Dissolveu a Internacional Comunista, A Quarta Internacional Conduzirá o Proletariado à Vitória!!; Sob o signo da Frente Operária a Conferência Nacional do Partido Operário Internacionalista (POI); Rumo a um Novo Junho de 36. A Revolução Vencerá; Manifesto do VI Congresso do Partido Internacionalista dos Trabalhadores da França; A Reconstrução e o Fortalecimento da IV Internacional, entre outros.
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