No dia 7 de agosto próximo passado foi realizada uma reunião do Diretório Municipal do PSOL-CG para discutir duas propostas quanto às eleições municipais: uma que defendia aliança com Inácio Falcão (PCdoB), já no primeiro turno, e outra que defendia candidatura própria no primeiro turno e, no segundo, apoiaríamos qualquer candidatura antibolsonarista e antifascista. Foi aprovada, por 5 a 3, a proposta de aliança.
A RESISTÊNCIA, organização política de militantes que se articulam no interior do partido, nos movimentos sociais e luta pelo socialismo, protocolou no começo da reunião, antes do início da discussão sobre candidatura própria ou aliança com o candidato do PCdoB, uma proposta para realização de uma consulta a todos os filiados através de um plebiscito. Esta proposta foi derrotada, mas estamos apelando para instâncias superiores.
Estamos perdendo a oportunidade de enfrentamento, nesse momento, aos ideais fascistas defendidos por Bolsonaro e aos apoiadores desse genocida aqui em Campina Grande, o grupo Cunha Lima e Artur Bolinha.
Inácio Falcão é um político de prática tradicionalista, que desde sua primeira participação vem se elegendo com a oferta de serviços de saúde filantrópicos (para não dizer pilantrópicos), dando dentaduras, laqueaduras, remédios, acesso a dentistas, entre outras, uma prática que o PSOL discorda e combate.
Apesar do candidato ser de um partido de esquerda, sua prática é fisiologista. Troca de partido como quem troca de camisa. Foi eleito para o primeiro mandato de vereador em Campina Grande, em 2000 pelo PST; em 2004 foi candidato (eleito) a vereador pelo PFL(Atualmente DEM); em 2006 foi candidato a deputado estadual pelo PDT, em 2008 foi candidato (eleito) a vereador pelo PSDB, em 2010 foi candidato a deputado estadual pelo PSDB, em 2012 foi candidato a vereador (eleito) pelo PSDB. Em 2014 eleito deputado estadual pelo PST e em 2018 foi expulso do partido AVANTE, ingressando no PCdoB.
Provavelmente, nessas eleições em Campina Grande, dos partidos de esquerda, se o PSOL não apresentar uma candidatura para a prefeitura, somente o PCdoB o fará. Logo, não teremos nenhuma candidatura alternativa da classe trabalhadora.
Com que cara militantes históricos na luta contra as oligarquias se aliariam a um candidato que tem histórico de apoio mútuo a esses grupos que tanto enganam e massacram o povo?
Seguiremos na luta para mudar a decisão do PSOL-CG, para não termos que votar em candidatos sobre os quais não temos convicção e que podem até mesmo nos trazer vergonha.
Sizenando Leal Cruz é Vice-presidente do PSOL-CG.
Ivone Agra Brandão é Secretária Geral do PSOL-CG
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