A história do Amazonas nos últimos meses é a história da luta e sobrevivência contra a política de extermínio implementada pelos Senhores da Morte.
No âmbito federal, vivemos uma pandemia com um governo que teve a oportunidade de preparar e adotar as medidas protetivas, fortalecer o SUS, organizar um comando pra acompanhar a evolução da pandemia e elaborar políticas de saúde respeitando as diversidades do nosso enorme país, mas escolheu NÃO fazer nada disso e ainda servir de garoto propaganda CONTRA as medidas protetivas indicadas pelos mais renomados especialistas da área da epidemiologia, pela Organização Mundial da Saúde e até pelo seu próprio ministério. Fez questão de NEGAR a pandemia dizendo se tratar de uma “gripezinha”, chamando de covarde quem passou a usar máscara, indicou o uso e mandou produzir em massa uma droga que comprovadamente NÃO cura o Covid, enfim… Um conjunto de ações tresloucadas que levaríamos páginas e páginas relatando e não é esse o nosso objetivo.
Do ponto de vista de disponibilizar os recursos advindos dos impostos para o povo trabalhador conseguir se alimentar e se proteger minimamente nesses tempos nebulosos, Bolsonaro e Guedes criaram um sistema que os trabalhadores simplesmente NÃO têm acesso massivo ao “auxílio”, e ainda por cima, criaram uma forma a mais de aglomeração e de sofrimento com pessoas em horas e horas nas filas e muitos, mesmo assim, não conseguiram receber. Bolsonaro e seus ministros usaram, pasmem!, APENAS cerca de um terço do total dos recursos destinados ao combate à pandemia e desse um terço uma parte significativa caiu nas mãos de corruptos sem nenhum pudor de enriquecer com o sofrimento e morte de outras pessoas.
No estado do Amazonas vivemos o triste fato de sermos campeões no processo de contaminação e foi escancarada a tremenda corrupção e consequente sucateamento do SUS. Observamos estarrecidos ambulâncias e pacientes fazendo filas diante de hospitais e morrendo em quantidades absurdas. Por semanas tivemos uma média bem superior a 100 mortes diárias ao ponto de que o insensível e desrespeitoso prefeito autorizou a abertura de covas rasas com enterros coletivos. O governador, vejam bem!, se deu ao desplante de comprar aparelhos que deveriam ser respiradores (e não eram!) de uma loja de vinhos. Ora, o que dizer de um estado com 62 municípios mas somente na capital – Manaus – existem UTI’s? Os outros 61 municípios totalmente desguarnecidos e a população entregue ao ‘deusdará’.
Enquanto isso, o vírus avança nas terras indígenas levados pelo próprio pessoal de saúde da FUNAI e por militares, que até levam suas esposas para distribuir roupas e fazer manicure e maquiagem nas mulheres indígenas, como se elas quisessem isso, cono se seu padrão de beleza fosse esse. É o cúmulo do descaramento na implementação de táticas de genocídio que se repetem na triste história da colonização de nuestra América.
Frente a esse panorama catastrófico é muito importante para os Senhores da Morte, em todos os níveis de governo, tentar mostrar que essa situação é superável, que os milhares de doentes e mortos fazem parte do passado. E é aí que entra a Educação.
Depois de termos sido obrigados a fazer aulas virtuais que não chegam a 50% do total de nossos alunos, usando nossos próprios recursos, ‘compartilhando os custos’, passando por cima da dor da perda de parentes e amigos, do estresse, da depressão, superando o desconhecimento de como usar equipamentos e plataformas, aprendendo a atender alunos e pais via internet, etc., o governador Wilson Lima e seu secretário Luís Fabian, decidem, obviamente que sem consultar ou dar ouvidos a quem de fato entende dessa seara – professores, médicos, cientistas em geral – que é hora de retornar às aulas presenciais.
Ora, é lamentável, mas quem se importa com a gritaria de professoras/es e pedagogas/es que se preocupam e defendem a VIDA de estudantes, familiares, colegas e as suas próprias? Mais fácil fazer coro aos Senhores da Morte e ainda afirmar que professor “tá recebendo sem trabalhar”, que é “preguiçoso ou folgado”, contanto que estejam na escola e recebam seus filhos. Ocorre que PROFESSORES SE POSICIONAM CONTRA O RETORNO em defesa da VIDA, assim de simples! O ambiente escolar, ainda mais o das escolas públicas, é inteiramente facilitador da propagação do vírus. Salas de aulas, corredores, banheiros, cantinas, tudo isso significa aglomeração. Vivemos em uma sociedade que manifesta sua afetividade abraçando, tocando, beijando. Essa é a nossa cultura e isso não mudará de um dia para o outro.
Tem mais, nas escolas públicas onde comumente não têm papel higiênico ou sabão, o caso é ainda mais grave, o que significa que o cumprimento de protocolos de proteção NÃO EXISTE e NEM FUNCIONA nesses espaços. Mas para os Senhores da Morte o retorno das aulas no Amazonas tem uma simbologia. Significa uma falsa superação, em que varrem pra baixo do tapete os nossos mortos, aqueles que sequer pudemos velar ou acompanhar à sua última morada.
IMPOR E CONSOLIDAR O RETORNO DAS AULAS NO AMAZONAS SIGNIFICA DERROTAR TODOS QUE LUTAM CONTRA O RETORNO DAS AULAS PRESENCIAIS E A FAVOR DA VIDA EM TODOS OS ESTADOS BRASILEIROS. É por isso que NÃO podemos permitir que os Senhores da Morte imponham sua política, porque essa política significa MAIS MORTES.
Senhoras mães, senhores pais, colegas de Manaus e do Brasil, lutemos juntos porque do contrário seremos derrotados juntos. Todos sofreremos as consequências da ação dos senhores da morte.
A Escola Estadual MARIA DO CÉU, na Zona Norte de Manaus, teve suas aulas suspensas nesta terça (11/08), 2º dia do retorno. Uma professora testou positivo e pode ter contaminado outras pessoas. Registro que a SEDUC NÃO FEZ TESTAGEM DE SEUS PROFESSORES E ALUNOS. É disso que falamos e não somos escutados!
#ESCOLASfechadasSalvamVIDAS!
#ForaWILSONeFABIAN!
#ForaBOLSONAROeTODOseuGOVERNO!
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