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BRASIL

Solidariedade frente à política genocida de Bolsonaro e seus aliados

Roberto “Che” Mansilla

Na tarde dessa segunda (20), realizamos uma nova ação de solidariedade de classe voltada ao atendimento de famílias que se encontram numa situação de vulnerabilidade na Favela da Ficap (Pavuna).

No mesmo dia, o Brasil atingiu a marca de mais de 2,1milhões de infectados pelo Covid-19, segundo dados mais recentes do Boletim do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass). No total, nosso país passou de 80 mil mortes, segundo os dados oficiais – excluindo os subnotificados[1]. Vale dizer que continuamos como o segundo país do mundo com o maior número de casos e óbitos na pandemia do Covid-19, depois apenas dos EUA.

Estamos diante da maior tragédia da História do país. Como diz o portal de notícias esquerda online, o Brasil com apenas 4 meses de pandemia, já ultrapassou os cerca de 50 a 60 mil mortos da Guerra do Paraguai (1864-1870), na época do Brasil Império! E mais que dobramos os mortos da pandemia da Gripe Espanhola de 1918-1919, com cerca de 35 mil mortes.[2] Se compararmos as tragédias mais recentes, ultrapassamos as mortes por crimes violentos (acidentes de trânsito) ou a média de doenças como o câncer. A responsabilidade cabe, sem dúvida, ao governo Bolsonaro que nesses tempos de pandemia vem praticando uma política genocida. Isso pode ser evidenciado no abandono de dezenas de milhares de vidas, sobretudo das camadas mais pobres (negras e negros) da população. Na ausência criminosa de medidas sanitárias adequadas; na sabotagem do isolamento social, fazendo sua escolha pelo negacionismo e o desprezo na diminuição do auxílio emergencial, que muitos sequer receberam. Repetimos: estamos, sem dúvida, diante de uma política genocida do (des) governo de Bolsonaro que tem papel direto no aumento dos números da tragédia humana e social que vivemos.

No Rio de Janeiro, mesmo numa situação caraterizada pela “estabilidade” (quando não há relatos no aumento ou baixa do número de mortos), o estado segue como o segundo colocado com mais casos acumulados (mais de 141 mil) e, também, está em segundo lugar no registro de mortes (mais de 12 mil casos), atrás apenas de São Paulo nos dois quesitos, segundo o Boletim do Conass, já citado. Há uma grande confusão e irresponsabilidade. O Prefeito Crivella há duas semanas anunciou a volta às aulas das escolas municipais para agosto. Mas a Fiocruz divulgou um documento dizendo que “não é hora” pois ainda não estamos num controle da transmissão da doença, sendo ainda necessárias medidas de monitoramento e não de relaxamento de ações de contenção.

Nesse terrível cenário de uma política genocida por um lado e, de incerteza quanto a uma política realmente eficaz para combater a pandemia, nossa resposta é novamente a solidariedade ao que mais precisam. E, foi optando por essa necessária solução que na tarde dessa segunda (20 de julho) realizamos uma terceira ação de ajuda. Conseguimos, durante duas semanas, arrecadar (com auxílio de professores e petroleiros) uma quantia que nos permitiu atender 11 famílias (de 3 a 4 pessoas) entregando cestas básicas, kits de higiene pessoal e máscaras de proteção.[3]

Foi mais uma etapa cumprida do necessário empenho militante, fortalecendo laços de solidariedade com uma população desprovida de direitos sociais e que vem sendo o principal alvo da política genocida de Bolsonaro como também o genocídio policial estatal, ampliado nos últimos anos, no Rio de Janeiro[4].

Fora Bolsonaro!

A única luta que se perde é aquela que se abandona!

Por novas ações de solidariedade de classe aqueles que mais precisam!

 

[1] BBC (Consultado em 20.07.2020)

[2] Ver “Sim é genocídio” (Editorial do EOL, 16.07.2020) Esquerda Online (Consultado em 20.07.2020).

[3] Agradeço novamente aos camaradas da Frente Ampla Suburbana (FAS) pela remessa de máscaras doadas que foram entregues as famílias.

[4] O Globo (Consultado em 20.07.2020)

 

*Professor de História e militante da Resistência/PSOL-RJ