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BRASIL

1ª Assembleia Mundial pela Amazônia acontece no fim de semana

David Cavalcante*, de Recife, PE
Reprodução

Em razão do aguçamento da crise do capitalismo global e seus impactos destrutivos para o meio ambiente, gerando uma crise civilizatória mundial, a luta ecossocialista no mundo é cada vez mais urgente e estratégica. Nestes sábado e domingo, 18 e 19 de julho, haverá um evento que elucidará muito sobre tal temática. Ocorrerá a Primeira Assembleia Mundial pela Amazônia, que tem como objetivo organizar a luta e campanhas globais contra o etnocídio, o ecocídio e o extrativismo predatório, cada vez mais destrutivos na Amazônia, seus povos e modos de vida. O processo de extermínio da vida naquela região que adentra o território de nove países da América do Sul (Brasil, Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Guiana Francesa, Peru, Suriname e Venezuela) tem se agravado ainda mais com o surgimento da pandemia da COVID-19. O evento, pela necessidade de respeito ao isolamento social, ocorrerá todo virtualmente e transmitido pelas redes sociais.

A Assembleia é originada da organização da Coordenação Indígena da Cuenca Amazónica-COICA, do Fórum Social Panamazónico-FOSPA e da Rede Eclesial Panamazônica-REPAM, mas já tem centenas de organizações e movimentos sociais da América Latina e do mundo que subscrevem a convocatória. O Congresso terá como eixo três campanhas que também terão eventos específicos preparatórios:

  1. A Campanha COVID-19, que discutirá sobre os graves impactos e violações que abatem as populações indígenas, afrodescendentes e de toda a região dos nove países que abarca a região Amazônica, que vem se agravando com a pandemia do Covid-19;
  2. A Campanha BOICOTE, que será organizada para denunciar e boicotar todas as empresas, produtos, organizações e governos que os territórios, as populações originárias e a natureza;
  3. A Campanha MOBILIZAÇÃO, que buscará denunciar, lutar e encontrar formas para barrar etnocídio, o ecocídio e o extrativismo predatório, organizando ações coletivas globais de mobilização.

As redes sociais terão um papel fundamental na divulgação da programação e participação das organizações interessadas. Vejam os links:

A Assembleia Mundial também será decisiva para organizar um calendário de lutas contra os governos da região que favorecem a destruição do meio ambiente em apoio aos interesses das grandes empresas imperialistas e, principalmente, contra o governo neofascista de Bolsonaro. Da Pan-Amazônia (maior floresta tropical e bacia hidrográfica do mundo que conta com 7,8 milhões de quilômetros quadrados, equivalente a 60% da superfície da América Latina), o Brasil é o detentor da maior parte desse território, onde se encontram 67,8% da área total, sendo que o bolsonarismo e seus aliados locais têm estimulado ostensivamente a perseguição às populações indígenas e o desmatamento, através das bárbaras atividades do garimpo, do apoio ao agronegócio e às madeireiras.

Cartaz

 

*Integrante do Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Questão Ambiental e Serviço Social-NEPASS/UFPE