Em reunião com o “Colégio Eleitoral Especial”, o reitor da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Ângelo Antoniolli, passou por cima da democracia universitária e elegeu indiretamente e de forma antidemocrática e autoritária a chapa com seus sucessores, que não haviam se inscrito no processo de consulta pública.
Em dezembro de 2019 se iniciou o processo eleitoral para a escolha do futuro reitor. Em reunião com as entidades, o Reitor Ângelo Antoniolli garantiu que respeitaria a consulta pública e que já tinha candidato para inscrever no processo.
Contudo, o que ocorreu foi a consolidação de um golpe à democracia universitária que estava sendo arquitetado desde fevereiro deste ano, quando Ângelo não reconheceu a comissão eleitoral, não inscreveu chapa na consulta pública e lançou seu candidato em reuniões com Diretores de Centro e de Campus, além, é claro, com seu grupo de Pró-Reitores.
Inicialmente, Ângelo se posicionava alegando que a consulta não tinha importância. Mas no dia 2 de junho, as entidades foram convocadas para uma reunião com subordinados do reitor, na qual propuseram a liberação do SigEleição em troca da inclusão da “chapa da reitoria” no processo de consulta pública. Notamos a partir dessa contextualização que o único interesse de Ângelo era manter seu grupo no poder, independentemente do que tivesse que fazer. Com isso, atropelou a comunidade acadêmica, sujou sua história de 16 anos à frente da universidade, e elegeu de forma explicitamente desrespeitosa um sucessor para continuar no poder da UFS.
Na manhã desta quarta-feira (15/07) se reuniu o “Colégio Eleitoral Especial” convocado a fim de montar a lista tríplice para a escolha dos futuros reitor e vice-reitor da UFS durante os próximos 4 anos. A sessão foi marcada por protestos e irregularidades, mas no seu início teve a introdução do reitor informando que não haveria discussão, a reunião seria exclusivamente para a realização da votação.
Com base nessa posição, conselheiros e conselheiras só poderiam falar com a solicitações de Questões de Ordem para se posicionar a respeito da votação, tendo seus microfones fechados pela secretaria dos conselhos se a fala não fosse de acordo com o interesse do reitor. A partir de um certo ponto Ângelo abandonou a sessão por 2 horas, seguindo assim diversas declarações, protestos e posicionamentos condenando política e juridicamente a validade desse colégio eleitoral.
Os eleitos para os cargos de reitor e vice-reitor foram Valter Joviniano de Santana Filho (atual vice-reitor) e Rosalvo Ferreira Santos (atual pró-reitor de planejamento), ambos com 37 votos num total de 82 conselheiros presentes. A ata da reunião foi lida e a partir daí diversos conselheiros se manifestaram com relação a não correspondência daquele documento com o que de fato foi a reunião, e os conselheiros negaram-se a assinar a ata e saíram da plataforma.
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