Com Renato Roseno (PSOL), pré-candidato à Prefeitura, e lutando por uma Frente de Esquerda antifascista
Publicado em: 16 de julho de 2020
1. A pandemia do novo coronavírus revela as características mais destrutivas do sistema capitalista e comprova a necessidade de lutar por um mundo mais igualitário, sem a enorme desigualdade social entre ricos e pobres, com emprego para a ampla maioria da população, sem racismo, sem lgbtfobia, sem machismo, enfim, um mundo com esperança pelo direito à vida. No Brasil, novo epicentro da pandemia mundial, devido a política do governo Bolsonaro de negar a gravidade da pandemia e, consequentemente, negar-se a adotar políticas públicas para fortalecer o SUS e conter a pandemia, vivemos uma tragédia.
2. O isolamento social, única prevenção à COVID-19, foi duramente combatido por Bolsonaro e seus apoiadores. Bolsonaro preferiu perder dois médicos, Ministros da Saúde, e ficar apenas com um General de logística como interino no Ministério, do que seguir a recomendação dos médicos e da Organização Mundial de Saúde de isolamento social. A princípio, os governos estaduais garantiram, ainda que de modo precário, o isolamento e assim impediram um número ainda maior de falecidos. Infelizmente, os governos estaduais cederam à pressão do governo federal e dos empresários, e a partir de junho, flexibilizaram o isolamento social.
3. A situação do nosso povo só piora, estamos nos aproximando dos 80 mil mortos e 2 milhões de infectados. O governo federal poderia ter adotado políticas públicas para salvar vidas e assim evitar esse número tão elevado. Mas o bolsonarismo se revelou um movimento que não se importa com a vida dos mais pobres, negros, mulheres, ao contrário, quer nos condenar ao ataque do vírus ou ao ataque do desemprego e da fome. É preciso mudar o governo e o rumo da política para salvar as pessoas de uma tragédia maior. Se a vida da classe trabalhadora e setores oprimidos, não importa para a extrema-direita, ela também não serve para ter o apoio e a confiança da ampla maioria da população e menos ainda o voto nas eleições de 2020. É preciso dizer Fora Bolsonaro e nenhum voto para candidatos da extrema-direita (fascismo) nas eleições municipais. Nem para Prefeito e nem para vereador(a)!
4. Com esse objetivo, o PSOL está de norte a sul do país, participando das ações e mobilizações antifascistas, antirracistas, pelo Fora Bolsonaro e pelo impeachment, na mais ampla unidade de ação. Além das lutas, queremos ombro a ombro com a classe trabalhadora, as mulheres, a negritude, a juventude e os lgbtqi+, buscar melhores condições de sobrevivência, assegurar as liberdades democráticas, os direitos humanos e o fim da violência policial estatal que mata preto e pobre. É nesse cotidiano de luta que queremos construir uma saída à esquerda para nosso país e município. Acreditamos que o diálogo sobre a unidade da esquerda, com um programa anticapitalista, sem nenhum setor da burguesia, é um dos caminhos mais sólidos para a construção de uma alternativa de esquerda com força suficiente para derrotar os fascistas da extrema-direita nas eleições de novembro.
5. Em Fortaleza, a extrema-direita já está articulando seu arco de alianças com setores da polícia e agremiações de direita, ao redor da pré-candidatura do Capitão Wagner com o apoio de Bolsonaro. O PDT dos Ferreira Gomes, atualmente na Prefeitura com o DEM do Rodrigo Maia, está debatendo seu nome. As organizações de esquerda, corretamente já começam a apresentar seus pré-candidatos. O PT apresentou a deputada federal Luizianne Lins, o PCdoB o professor Anízio Melo e, no dia 08 de maio, foi lançada a pré-candidatura de Paula Colares pelo partido Unidade Popular Pelo Socialismo (UP). O PSOL tem duas pré-candidaturas, o deputado estadual Renato Roseno e a escritora e ativista trans Helena Vieira, nomes destacados de nossa cidade que serão apreciados no próximo 18 de julho. Nós da Resistência, recebemos com alegria ambos nomes do PSOL e pensamos que Renato apresenta a melhor alternativa entre os quadros do PSOL, ao mesmo tempo em que compreendemos que a tarefa central das esquerdas e movimentos sociais é apresentar uma alternativa que seja abraçada pelos fortalezenses e vista com possibilidade de derrotar a candidatura da extrema-direita bolsonarista. Uma alternativa que parta do combate à fome, defesa e criação do emprego, da saúde e escola pública, contra as privatizações, defesa do Meio Ambiente e dos direitos humanos, com uma política de segurança pública humanizada.
6. Essa alternativa de esquerda capaz de empolgar amplas maiorias e derrotar o capitão apoiado por Bolsonaro, só terá essa força e esse programa, se tiver independência de classe frente a qualquer setor da burguesia. A unidade da esquerda é uma necessidade e possibilidade, mas não pode ser com aqueles que votam em Brasília a favor do novo marco legal do saneamento básico, PL 4.162/2019 do senador Tasso Jereissati, que abre espaço para a privatização da água e esgoto, e das estatais do setor, por exemplo.
7. A frente de esquerda não pode repetir a conciliação de classes. É preciso aprender com a recente história do país. A conciliação de classes do PT com setores da direita e burguesia, que são chamados “progressistas”, terminou em um golpe contra o governo do PT, prejudicando ainda mais, toda a classe trabalhadora e movimentos sociais. Diferente, da pré-candidata do PT, deputada Luizianne Lins, que considera difícil aliança com quem vive “xingando o PT”, mas não nega categoricamente aliança com PDT e PSB, o PSOL aprovou lutar por uma grande frente social contra o bolsonarismo, mas rejeita qualquer possibilidade de aliança eleitoral com setores da direita e com os Ferreira Gomes.
8. PDT e PSB têm o governador Camilo Santana (PT) e o prefeito Roberto Cláudio (PDT) trabalhando por uma frente ampla, tanto que o ex-secretário chefe da Casa Civil do Estado, Élcio Batista (PSB), e o ex-secretário de governo da Prefeitura de Fortaleza, Samuel Dias (PDT), cotados, respectivamente, para a sucessão municipal na Capital, foram exonerados para fins de desincompatibilização. Opinamos que nenhum desses nomes representam as lutas do nosso povo e menos ainda a possibilidade de defesa de um programa que se enfrente aos interesses dos ricos e poderosos de Fortaleza. A frente de esquerda PT, PSOL, PCdoB, PSTU, PCB, UP, e movimentos sociais que consideramos necessária, precisa ser encabeçada por aqueles e aquelas que defendam um programa absolutamente oposto ao bolsonarismo; mas que também se oponha à política de ajuste fiscal e segurança pública do governo estadual, que termina se aproximando da política do governo federal como ficou evidenciada na reforma da previdência do governo Camilo Santana. Também por isso defendemos que o PSOL ofereça o nome de Renato Roseno com suas qualidades e posicionamentos para animar com energia e emoção esse debate.
9. Este processo eleitoral é o primeiro após a vitória do bolsonarismo e de sua demonstração de banalização da vida. O Capitão Wagner, em Fortaleza, e o Crivella, no RJ, são candidaturas que já contam com o apoio aberto de Jair Bolsonaro. O PSOL, o PT, PCdoB, PCB, PSTU e UP, podem colocar suas pré-candidaturas a serviços dos movimentos sociais, para que todes, debatam um programa e uma composição de chapa unitária, capaz de concentrar a força suficiente para derrotar o bolsonarismo e apontar melhores condições de vida para nosso povo.
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