Pular para o conteúdo

Afronte com Boulos e Erundina: para fazer de São Paulo a capital da resistência

Afronte - São Paulo

As eleições municipais deste ano serão mais um importante capítulo da luta para derrotar Bolsonaro e a extrema-direita no Brasil. Nós do Afronte – um movimento revolucionário e anticapitalista – entendemos as eleições como um ponto de apoio fundamental para o fortalecimento das lutas dos trabalhadores e trabalhadoras, dos oprimidos e da juventude.

Diante da pandemia e da crescente rejeição ao Bolsonarismo em amplas parcelas do povo brasileiro, acreditamos que as urnas poderão canalizar esse repúdio e poderão ajudar a melhorar as condições de luta no próximo período. É preciso derrotar o projeto neo-fascista e genocida de Bolsonaro em todas as frentes, incluindo o terreno das eleições.

Os desafios da esquerda nas eleições da maior capital do país

O cenário eleitoral em São Paulo é muito complexo. Haverá, muito provavelmente, mais de dez candidaturas, representando distintos campos políticos. Bolsonaro ainda não tem candidato, mas a extrema-direita já conta com três representantes: Joice Hasselman (PSL), Arthur do Val (Patriota), mais conhecido como Mamãe Falei, e Levy Fidelix (PRTB). No campo da direita liberal, que concentra hoje a maioria das intenções de voto, Celso Russomano (Republicanos) e Bruno Covas (PSDB), atual prefeito, disputarão entre si. No campo da centro-esquerda e com grande apelo ao voto útil estará Márcio França (PSB). E, por fim, a esquerda têm três pré-candidaturas principais: uma será do PSOL, além de Jilmar Tatto (PT) e Orlando Silva (PCdoB).

A chapa Boulos-Erundina é a maior pré-candidatura da esquerda em São Paulo

Devido ao seu papel na articulação de mobilizações sociais nos último período, Guilherme Boulos (PSOL) vem se consolidando como uma das maiores lideranças de esquerda do país. As recentes pesquisas de intenção de voto[1] apontam o dirigente do PSOL como o principal pré-candidato desse campo em São Paulo, à frente de Jilmar Tatto (PT) e Orlando Silva (PCdoB). Além disso, um recente levantamento da Folha de São Paulo demonstrou que Boulos é a maior figura pública entre as pré-candidaturas nas redes sociais, atrás somente de Joice Hasselman (PSL). Trata-se de um dado muitíssimo relevante, ainda mais diante da centralidade que a internet tomou no contexto de pandemia.

A audiência desta chapa na capital não é uma surpresa, ainda mais considerando a trajetória dessas duas importantes lideranças socialistas. As estatísticas nesse momento são muito importantes para definir as táticas políticas nas eleições e seria melhor para o povo paulistano que nenhum canal de interlocução entre as pré-candidaturas da esquerda fossem fechados, uma vez que uma possível frente com independência de classe, sem golpistas ou patrões na capital só tenderia a fortalecer a luta dos trabalhadores, dos oprimidos e da juventude.

Boulos e Erundina representam a esperança da juventude e da esquerda 

O números são importantes, mas não são o principal critério para a definição das candidaturas entre os anticapitalistas. A política, o programa e as bases sociais que sustentam as alternativas são o elementos fundamentais para a definição das melhores táticas nas eleições. E são justamente esses critérios que demonstram a importância de Guilherme Boulos e Luiza Erundina para representar a esperança da esquerda em São Paulo.

Boulos é a liderança do MTST, o principal movimento social da capital que reúne dezenas de milhares de trabalhadores na base de suas ocupações. O movimento é responsável por algumas das maiores mobilizações de rua da cidade nos últimos anos, seja na luta contra os ajustes de Dilma, contra o golpe parlamentar, contra as reformas de Temer e contra a eleição de Bolsonaro, mas também naquelas mobilizações de pressão dos sem-teto contra o poder público para a viabilização de suas conquistas. A aproximação do MTST ao PSOL proporcionou ao partido uma maior popularização da sua base social, ampliando a sua audiência à um setor estratégico para as grandes transformações sociais: os trabalhadores sem-teto, mais explorados e oprimidos, e em sua grande maioria negros. Não é à toa que a elite paulistana, branca e de mentalidade escravocrata, encara Boulos e o MTST como grandes ameaças aos seus privilégios e às suas propriedades.

Mas além de liderar o MTST, Boulos e o PSOL também empolgam distintas bases sociais na cidade, como a juventude, as mulheres, negros e LGBTI+s. As mobilizações do #EleNão, protagonizadas pelas mulheres, demonstraram que o PSOL era o partido mais simpático entre as ativistas. Nas recentes mobilizações em meio à pandemia, que defenderam a vida do povo negro, a democracia e reivindicaram o Fora Bolsonaro, Boulos cumpriu um importante papel ao lado da liderança das torcidas organizadas e do movimento negro. Em 2019, o atual pré-candidato percorreu as universidades do país para organizar a resistência contra Bolsonaro e seu projeto de destruição da educação pública, reunindo milhares de jovens em todas as capitais. É a luta desses distintos setores, que protagonizaram importantes mobilizações no último período (“#EleNão”, “Tsunami da educação”, “Somos Democracia” e “Vidas Negras importam”), que o PSOL vai buscar representar.

E a experiência de Luiza Erundina coroa a chapa mais competitiva da esquerda na cidade. A primeira mulher prefeita da história de São Paulo, nordestina, governou com figuras ilustres como Paulo Freire e até hoje é reconhecida pela melhor gestão que capital já teve. A resiliência e o exemplo de Erundina continua contagiando e empolgando a juventude, como ocorreu em sua recente passagem pela USP, em uma plenária de organização da luta contra Bolsonaro no segundo turno das eleições presidenciais, onde a parlamentar do PSOL emocionou alguns milhares de jovens dispostos a fazer qualquer esforço para derrotar a extrema-direita.

Esses são alguns fatores que ajudam a explicar o protagonismo dessa pré-candidatura na cidade, que tem até mesmo impactado a base social de outros partidos da esquerda.

A juventude vai com Boulos e Erundina 

Para nós do Afronte não há dúvidas que Boulos e Erundina são a melhor alternativa para representar a juventude e a esquerda nas eleições de 2020 em São Paulo. É essa a chapa que melhor consegue articular um programa radical e capacidade de mobilização dos trabalhadores, das mulheres, negros, LGBTI+s e da juventude na cidade. Além disso, é a chapa que amplia a base de influência do PSOL e pode consolidar a esquerda socialista como uma das principais alternativas na disputa, também ampliando o espaço para a bancada de vereadores que deverão cumprir um importante papel na resistência no próximo período.

Marcado como:
psol