O Ministério da Economia listou empresas importantes para a privatização, entre elas os Correios, Serpro, Dataprev e a Eletrobras, como parte do cronograma de desestatização do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O Congresso Nacional está avaliando também um projeto de lei que autoriza a privatização da Eletrobrás. A privatização do setor elétrico pode fazer com todo o Brasil o que ocorreu com o fornecimento de energia elétrica em Goiás.
A empresa Enel, que comprou a antiga empresa de distribuição de energia em Goiás, figura entre as piores do Brasil, aumentou os lucros, diminuiu os investimentos levou o Estado de Goiás a ter grandes aumentos na tarifa e os serviços são alvos de constantes reclamações na imprensa goiana. A situação é tão ruim que uma CPI foi instalada para investigar a ENEL em Goiás, isso em poucos anos de privatização da distribuição de energia.
Agora durante a pandemia a empresa está realizando demissões sob a alegação de que os trabalhadores não cumpriram as metas estabelecidas. A exigência de metas durante a pandemia é algo que mostra o caráter da empresa italiana ENEL. O momento em que atravessamos é de absoluto esforço para salvar vidas e evitar o contagio do novo coronavírus, exigir produtividade nessa situação expõe a relação que a companhia tem com seus empregados.
Desde a privatização o ritmo de trabalho aumentou na empresa, já que a diminuição do quadro foi constante. Essas demissões fizeram também com que a qualidade da prestação de serviços piorasse já que a empresa demitiu profissionais com conhecimento e know-how que não são facilmente substituídos. O STIUEG, que representa os trabalhadores da ENEL lançou nota denunciando a empresa sobre as demissões, confira a nota na íntegra:
DENÚNCIA: ENEL REALIZA DEMISSÃO COLETIVA COVARDE DURANTE A PANDEMIA
O mês de julho em Goiás é apontado como o mês mais crítico da pandemia de Covid-19. Enquanto existe um esforço de alguns gestores públicos para salvar vidas, uma crise financeira terrível é estabelecida, fazendo com que o desemprego aumente. Empresas que tiveram que fechar as portas para não ajudarem a aumentar o contagio por coronavírus fizeram esforços para não demitir seus trabalhadores. Em meio à tudo isso a empresa ENEL cruelmente realiza uma demissão coletiva. O STIUEG repudia a ação da empresa!
Desde a privatização, a Enel não saí da mídia goiana sob denúncias de péssimos serviços, aumento abusivos de tarifas, relações trabalhistas ruins, dentre essas notícias também está uma que chama a atenção, a do aumento dos lucros da empresa. Esse fato já motivou a direção do sindicato a buscar por várias vezes o fim do clima de terrorismo dentro da empresa, cobramos para que a ENEL não realizasse mais demissões imotivadas no estado de Goiás. A empresa que desde a privatização demitiu vários profissionais com know-how e conhecimento do sistema elétrico goiano, busca sair das piores posições do ranking da Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel submetendo os trabalhadores a um excessivo ritmo de trabalho. O serviço que era executado por várias pessoas, hoje é imposto a apenas uma, que trabalha pressionada, sob constantes ameaças de demissão.
Quinta-feira, 02 de Julho, durante uma reunião com a diretoria da empresa ENEL, nós do STIUEG fomos surpreendidos com uma notícia grave que muito nos indignou. A demissão de três companheiros sob a alegação de que não cumprimento das metas. Na sexta-feira mais trabalhadores nos procuraram com mais denúncias de demissões, 9 até o instante da construção dessa nota. O momento que atravessamos pede para que toda a sociedade esteja engajada prioritariamente nas questões relacionadas a biossegurança e combate a proliferação do novo coronavírus, exigir que a produtividade seja prioridade em um cenário assim é uma falta de respeito com toda a sociedade que luta diariamente para atravessarmos esse momento de maneira solidaria. A situação se agrava quando o cenário de desemprego instalado aumenta a dificuldade de recolocação desses companheiros no mercado de trabalho. Uma empresa que, conforme noticiado na mídia, está aumentando o lucro, que não teve que paralisar as atividades em nenhum decreto e na qual a folha salarial dos funcionários representa apenas 1% do faturamento não tem motivos para demitir sem justa causa. Agindo dessa forma a ENEL coloca os lucros acima da vida! O STIUEG repudia veementemente as demissões e tomara todas as medidas cabíveis contra essa situacao absurda!
Pela imediata readmissão dos trabalhadores injustamente demitidos!
Fora ENEL!
A vida acima dos lucros!
Juntos!
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