Taxar os banqueiros para pagar o auxílio e bancar a quarentena

Maia defende corte no salário do servidor para bancar a prorrogação do auxílio emergencial de R$600,00


Publicado em: 10 de junho de 2020

Brasil

Marco Dantas, do Rio de Janeiro, RJ

Esquerda Online

Esse post foi criado pelo Esquerda Online.

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Nesta terça (09/06), o ministro da Economia, Paulo Guedes informou que o governo federal vai prorrogar o auxílio emergencial por mais dois meses com a redução do valor para R$ 300,00. A proposta ainda precisa ser aprovada pelo Congresso para ser validada.

Perguntado sobre a redução em 50% da ajuda financeira para os trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados, Rodrigo Maia declarou o seguinte: “Se todos os poderes topassem cortar um percentual para garantir os R$ 600, eu tenho certeza que o Parlamento vai participar e vai defender”. Comovente, não?

Maia e Governo juntos contra os servidores

Esse cínico discurso vai, em tese, na direção da proposta defendida por Guedes de que a saída para o país enfrentar a crise, seria congelar o salário dos servidores por 18 meses, um sacrifício de mais um ano e meio com salários corroídos e sem poder de compra, enquanto os banqueiros enfrentam a crise em seus iates, comendo caviar e bebendo champagne.

Pode-se dizer que as agruras no andar de cima não passam de crises no varejo. No atacado, todos querem aprovar as reformas, retirar direitos e piorar a vida dos servidores. Maia e Guedes são farinha do mesmo saco. O presidente da Câmara tem um verniz mais democrático, mas que em nada o excluí em ser intitulado como inimigo dos trabalhadores, basta ver seus (de) serviços prestados na aprovação da Reforma da Previdência.

Maia seria o aliado nº 1 na suposta “Frente Ampla”

Em meio às mobilizações antiracistas nos EUA e Europa, e nos atos em defesa das liberdades democráticas e contra o racismo e fascismo no Brasil, discutimos também a necessidade de uma unidade de ação com os mais variados setores para lutar e derrotar o governo autoritário de Bolsonaro. Passando com a carroça à frente dos bois, setores como o PCdoB, que não enxergam outra saída senão mirar nas eleições de 2022, tentam arduamente construir a tal “Frente Ampla” que caberia políticos das mais variadas estirpes como FHC, Alcolumbre, Ciro Gomes, Marina, Flavio Dino e… Rodrigo Maia. Pois é, o operacionalizador da aprovação da Reforma da Previdência e Reforma Trabalhista estaria nesse campo de “democratas” pra derrotar o Bolsonaro.

Silêncio de todos sobre taxar as grandes fortunas e salvar vidas

Entre governo e deputados da direita, há um silêncio sepulcral quando assunto é taxar os banqueiros e suas grandes fortunas, o que geraria economia para o caixa da União e sobraria para investimento no combate à pandemia e ao pagamento do auxílio emergencial com um valor até maior. Não é pautada nenhuma discussão que debata a taxação das grandes fortunas, a revogação da Emenda Constitucional 95/2016 – que retirou bilhões de reais do SUS ou a cobrança das dívidas bilionárias das empresas com a Previdência.

Toda essa mudança radical seria decisiva na narrativa que interessa para o conjunto dos trabalhadores. A quarentena deveria resguardar a saúde e emprego de todos, pois o dinheiro deixaria de ir para os banqueiros e agiotas internacionais e iria para bancar parte do salário dos funcionários nas empresas, garantindo estabilidade no emprego durante a crise e o pagamento do valor integral dos salários.

Portanto, se Bolsonaro e Guedes são nossos inimigos, Rodrigo Maia não é nosso amigo!

Que os banqueiros paguem pela crise!


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