Os atos realizados nos dias 17 e 31 de maio em 14 estados, promovidos por torcedores em defesa da democracia, são expressão de um momento decisivo da história de nosso país. Enquanto a sociedade civil, os movimentos sociais, partidos políticos, setor privado, imprensa, prefeitos e governadores lutam contra a pandemia de coronavírus, o presidente da República ameaça os demais poderes, vocifera contra as autoridades constituídas e minimiza os esforços do povo brasileiro na luta contra a Covid-19.
Nesse contexto já grave, começam a ser organizadas manifestações ilegais que pedem o fechamento do Congresso Nacional, do Supremo Tribunal Federal, a intervenção militar e a prisão de líderes políticos que divergem do presidente da República. Diante da inação das instituições democráticas a essas ameaças, a manifestação pacífica de torcedores organizados repudiando às ameças neofascistas de apoiadores de Jair Bolsonaro é muito bem-vinda, pois demonstra que as ruas não são “propriedade privada” dos grupos de extrema-direita.
O futebol é uma paixão do povo brasileiro que mobiliza milhões de pessoas. Por isso, assim como já tivemos a manifestação de outros setores da sociedade brasileira em defesa da democracia, a participação de torcedores organizados em protestos com o mesmo propósito é legítima e merece nosso apoio. Nos momentos mais cruciais da história brasileira, a sociedade soube se levantar contra o arbítrio e defender a democracia. A promoção de atos pacíficos, como os realizados no último domingo, violentamente reprimidos pela polícia, merecem nosso apoio e total solidariedade.
Às ruas, pois.
Juliano Medeiros
Presidente Nacional do PSOL
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