O Brasil assistiu nas últimas semanas, o avanço da escalada autoritária de Bolsonaro. Para além das declarações e das ameaças golpistas, a família miliciana impulsionou uma série de atos anti-democráticos que pediam o fechamento do Congresso e do STF, assim como a intervenção militar. O ápice desse movimento foi o ato realizado, no último sábado, pela milícia “300 pelo Brasil” com diversas tochas, fazendo referência direta à Ku Klux Klan e aos supremacistas brancos. Um ato abertamente fascista!
Observamos também, o levante antirracista que incendeia os EUA. A morte de George Floyd desencadeou uma série de manifestações massivas que questionam o sistema policial e jurídico racista dos Estados Unidos, assim como todo o racismo estrutural da sociedade estadunidense. Essa luta que contagia a juventude e se espalha pelo mundo, também pode ser sentida no Brasil. Em especial nas mobilizações recentes em resposta a morte de João Pedro, e contra as ações da polícia militar nas periferias brasileiras. Não aceitamos o genocídio do povo preto, seja por violência policial, a fome ou o coronavírus.
Ressaltamos que no meio de tudo isso, ainda estamos vivenciando um cenário de enorme crise sanitária, com centenas de mortes diárias, fruto da política negacionista do governo. Além de liderar esses movimentos reacionários, Bolsonaro é corresponsável por cada morte de covid-19 no Brasil. Por ter negado o direito de quarentena a milhões de pessoas, e por atuar diretamente contra o isolamento social. Seja causando aglomerações, seja atacando as recomendações do Ministério da Saúde, ou agindo junto com o empresariado, pressionando diversos governadores e prefeitos pela reabertura dos comércios, mesmo com o aumento de casos do Coronavírus.
Entretanto, a situação começou a mudar. No último domingo, atos antifascistas e em defesa da democracia, organizados pelas torcidas de vários clubes, ganharam as ruas contra o projeto ditatorial do presidente. Impulsionando milhares de ativistas a se declararem antifascistas em todo o país, por compreender o caráter do governo e a necessidade de se opor a ele. No mesmo dia, Donald Trump foi obrigado a se esconder dentro de um bunker, temendo as manifestações nos EUA. É a primeira vez em muito tempo que colocamos os fascistas na defensiva!
Nós do AFRONTE! sempre defendemos a Quarentena, como um direito que deveria ser garantido ao povo trabalhador e a juventude. Pra salvar as vidas e não os lucros. Somos contrários a reabertura do comércio e flexibilização do isolamento, nesse momento, feito pelos prefeitos e governadores. Estamos ainda, realizando diversas campanhas de solidariedade em várias cidades do Brasil. No entanto, compreendemos que ao ter o direito de ficar em casa negado e assistindo as ruas sendo ocupada por atos anti-democráticos, muitos foram as ruas lutar pela democracia.
Entendemos a dramática situação da pandemia, como também é dramática as condições de vida do nosso povo e o risco de um golpe no Brasil. Diante disso, apoiamos os atos que estão sendo convocados para o próximo domingo, dia 07, unificando a luta antirracista e antifascista!
Resguardando o grupo de risco e as pessoas que convivem com pessoas do grupo de risco iremos aos atos buscando garantir neles cuidados com a saúde e distanciamento. Vamos pelas vidas negras e pra parar a escalada golpista. Está na hora do contra-ataque!
04 de junho de 2020.
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