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MUNDO

Trump ameaça invadir Estados que não tomarem medidas truculentas contra manifestações antirracismo

Marilia Neves, de Denver-EUA

Manifestantes carregam cartazes com a mensagem: “Sem justiça, sem paz! Prisão para todos os policiais assassinos”

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump ameaçou enviar forças militares nacionais aos estados e municípios que não agirem rigorosamente contra as manifestações antirracistas que vem ocorrendo pelo pais há uma semana. “Eu sou o seu presidente por lei e ordem. Hoje, eu afirmo veementemente a todos os governadores que acionem a Guarda Nacional para dominar as ruas”, afirmou na noite da última segunda-feira (1 de junho). “Se a cidade ou os estados se recusarem a tomar medidas necessárias para defender a vida e a propriedade de residentes, eu irei enviar tropas militares e rapidamente resolver o problema por eles”, advertiu.

O republicano decidiu tomar uma medida nacional de repressão contra as manifestações que pedem justiça, mas ignora o colapso na saúde sofrido pelos Estados Unidos na guerra contra a Covid-19. Enquanto os governadores tomam a frente na batalha contra o vírus mortal, que vem vitimando em maioria a população negra e latina de baixa renda, o Presidente se recusa a tomar medidas nacionais e lava as mãos contra o caos instalado na saúde americana. Para coagir e impedir a luta por igualdade, as ações de Trump são ágeis e inescrupulosas. Para lutar pelas vidas de mais de 100 mil mortos pelo novel corona vírus, não há sequer um plano nacional para tal.

Manifestações

Os protestos se iniciaram após mais uma ação truculenta da polícia contra a população negra nos EUA.  No último dia 25 de maio, George Floyd, homem negro de 46 anos, foi brutalmente estrangulado com o joelho no pescoço pelo ex-policial Derek Chauvin, em Minneapolis (Minnessota).

Floyd implorou por sua vida durante aproximadamente 6 minutos. Ele constantemente pediu ajuda “Não consigo respirar”, e foi ignorado pelos agentes, que mantiveram a posição por aproximadamente mais 3 minutos. Desde então, manifestações contra a polícia racista americana tomaram conta do pais e do mundo. Nova York, Washington, Denver e outras localidades foram palco dos chamados `riots`, protestos que usam uma metodologia considerada mais radicalizada.

Após os primeiros protestos em Minneapolis, os policiais envolvidos – Chauvin, Thomas Lane, J.Alexander Kueng e Tou Thao – foram demitidos porem permanecem em liberdade e não foram indiciados até o momento [NT: todos os policiais envolvidos no crime já estão presos].

Chauvin foi preso por homicídio sem intenção de matar e homicídio involuntário na última sexta-feira (29). Ele aguarda julgamento no presídio de segurança máxima Departamento Correcional de Minnesota, em Oak Park Heights.