Acabou há pouco a manifestação antifascista na capital gaúcha. Algumas centenas de pessoas se reuniram e ofuscaram completamente as manifestações dos bolsonaristas que defendiam bandeiras antidemocráticas, como a intervenção militar, o fechamento do Congresso e do STF e o fim das medidas de isolamento social.
Já é o quarto domingo de protestos nos arredores do Quartel General do Comando Militar do Sul e do Comando da Brigada Militar. Esse local, no coração do Centro Histórico, tem sido o ponto de encontro dos bolsonaristas há alguns anos na cidade, no entanto, a situação de tranquilidade acabou. Se a Brigada Militar e as Forças Armadas permitiram inúmeras manifestações que disseminaram o ódio e atuaram contra a democracia – chegando ao extremo das agressões a uma ativista de esquerda no dia 19/04 – , coube ao povo auto-organizado e os movimentos sociais impedirem a disseminação dessas ideias.
Sob os gritos de “Alerta, alerta, antifascistas”, “Recua fascista, recua!”, “Fora Bolsonaro”, “Somos o povo e Bolsonaro nós vamos derrubar”, “Gado, gado”, os manifestantes viram a BM escoltar, mais uma vez, o grupo cada vez menor de bolsonaristas que se reunia na rua 7 de setembro. Durante a caminhada, muitas pessoas se manifestaram em apoio pelas janelas dos apartamentos ou buzinando nos carros. Cartazes e faixas traziam palavras de ordem plurais, de defesa das liberdades democráticas, pelo respeito as orientações de saúde da OMS para o combate ao coronavírus e em defesa dos direitos sociais do povo trabalhador. O assassinato de George Floyd, em Minneapolis (EUA) também foi lembrado pelos manifestantes.
O ato encerrou em frente a Praça do Tambor, nos arredores da Usina do Gasômetro, ao som emocionante da Bella Ciao, canção que foi eternizada na luta antifascista italiana. “Vitória, vitória, antifascista” e “Domingo que vem vai ser maior” foram os gritos finais entoados pelos manifestantes, deixando nítido o recado: os bolsonaristas não irão mais sozinhos às ruas, é a hora e a vez da unidade antifascista!
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