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BRASIL

Servidor(a), declare guerra à Paulo Guedes

É preciso que os servidores desarmem essa granada e detonem o inimigo nº 1 do serviço público

Marco Dantas, do Rio de Janeiro, RJ

Bolsonaro, Paulo Guedes e outros ministros protagonizaram um verdadeiro show de horrores na reunião ministerial divulgada no dia 22/05 em vídeo liberado pelo ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF). Esse evento bizarro ilustrou a perversidade do ex-banqueiro sobre a real intenção de privatizar o Banco do Brasil e demostrou mais uma vez sua ojeriza aos servidores ao chamá-los de “inimigos”.

Na reunião, um festival de palavrões regado à ódio, Guedes falou sobre o BB: “tem que vender essa p. logo”, e sobre os servidores: “… e nessa confusão toda, todo mundo achando que estamos distraídos, abraçaram a gente, rolaram com a gente e aí a gente já colocou a granada no bolso do inimigo: dois anos sem aumento de salário”.

É incrível como a repulsa aos servidores e ao serviço público pode ser maior do que a vontade de combater a pandemia e salvar vidas num momento de curva ascendente da doença. Postura típica de um ministro ultra-liberal sem apreço à vida humana e assecla do mercado financeiro, um Robin Hood às avessas, que rouba dos pobres para dar aos ricos. É dessa forma que o ministro da economia agiu quando quis autorizar inicialmente R$ 200,00 como auxílio emergencial para os trabalhadores, ao mesmo tempo em que liberava R$ 1,2 trilhão para os banqueiros combaterem a crise frente a Covid 19.

É preciso declarar guerra à Guedes

Os servidores, chamados por Guedes de “parasitas”, tem que declarar guerra ao ministro e ao governo. É preciso desconstruir a falsa ideologia de que os servidores possuem privilégios e que, portanto seria necessário uma profunda reforma administrativa para diminuir gastos com pessoal e custeio, e assim, poder investir em segurança, saúde e educação.

O debate é outro. É preciso bombardear esse argumento nefasto com dados e números da realidade para poder conquistar corações e mentes e avançar no terreno da luta: Urge a necessidade de continuar dizendo que é preciso frear a sangria dos cofres públicos com a suspensão do pagamento da dívida interna, só assim se terá dinheiro pra segurança, saúde e educação. Da mesma forma que é preciso que o governo cobre os bilhões de reais em dívida com grandes empresas devedoras da Previdência e taxe as grandes fortunas.

É importante denunciar os cortes de verbas das universidades federais. As pesquisas sobre o Covid 19, poderiam avançar se não tivessem sido cortado verbas dos dois principais órgãos federais de financiamento a pesquisa – a Coordenação de de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), ligado ao Ministério da Educação, que teve um corte de R$ 2,05 bilhão em 2020 e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), gerido pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, que teve um corte de R$ 111 milhões, no mesmo período. Esses cortes obviamente tem a ver com a austeridade econômica implantada por Guedes.

Toda e qualquer política de ataque ao serviço público federal também vale para os servidores dos estados, principalmente quando se usa a desculpa de concentrar os gastos no combate ao coronavírus. Se o governo quisesse combater de verdade a Covid 19 e salvar vidas, deveria revogar imediatamente a Emenda Constitucional 95/2016 que já retirou mais de 20 bilhões do SUS – Sistema Único de Saúde, vinculado a Ministério da Saúde.

Portanto, todos os servidores públicos tem que se unir a essa campanha: DECLARE GUERRA À GUEDES!

 

VÍDEO | Veja a seleção de 10 momentos da reunião ministerial