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BRASIL

Governador do Pará e prefeito de Belém planejam acabar com o distanciamento social em junho

Will Mota, de Belém (PA)
Marcelo Seabra/Ag.Pará

Lockdown em Altamira- PA

No dia 20 de maio, o Governo do Estado do Pará e a Prefeitura de Belém apresentaram seus planejamentos para acabar com o isolamento social a partir do mês de junho em três fases: no dia 1° de junho haverá a retomada das atividades classificadas como de baixo risco, no dia 8 de junho as de médio risco e em 15 de junho as de alto risco, com a retomada ao trabalho dos servidores públicos e reabertura de shopping centers, casas de show, bares e restaurantes.

Esta política de acabar com o isolamento social é um gravíssimo erro, que pode custar milhares de vidas, impulsionar uma nova onda de contaminação da Covid-19 e atrasar ainda mais a recuperação econômica.

Os dados de contaminação e óbitos no estado do Pará estão em plena escalada, conforme demonstra o próprio gráfico da Secretaria de Saúde do Pará. Inclusive há uma expansão vertiginosa do vírus nos municípios do interior.  O pior ainda não passou. E com o fim do isolamento social a tendência é que o pico da pandemia se prolongue ainda mais em nossa região.

covid-19.pa.gov.br

O que está por trás desse plano irresponsável e genocida de Hélder Barbalho e Zenaldo Coutinho é a pressão dos grandes empresários por retomar suas taxas de lucratividade em detrimento das vidas da maioria do povo. Com esse plano de reabertura geral da economia sem o controle e a estabilização da contaminação do vírus, Hélder e Zenaldo fazem o jogo de Bolsonaro que desde o início da pandemia tem se colocado contrário ao isolamento social. Com esta medida prática, o discurso crítico a Bolsonaro que o Governador do Pará e do Prefeito de Belém tem feito não passam de palavras vazias.

Nesse momento em que a curva do contágio e das mortes segue crescendo em todo o Estado e em que o lockdown não tem conseguido elevar as taxas de isolamento social, a principal medida a ser tomada pelo Prefeito e pelo Governador seria garantir o pagamento de uma renda mínima emergencial municipal e estadual para complementar os R$600,00 do auxílio emergencial federal que não são suficientes para garantir o isolamento social de milhões de trabalhadores e trabalhadoras. Junto com isso, aumentar os investimentos em saúde pública para a montagem de mais leitos hospitalares, comprar de materiais, insumos e Equipamentos de Proteção Individual e realizar a testagem em massa da população. Os recursos para esse plano de salvamento de vidas poderia vir da taxação das grandes fortunas e dos lucros dos bancos e grandes empresas.

A principal preocupação do Governador do Pará e do Prefeito de Belém deveria ser salvar vidas e combater a pandemia e não antecipar precocemente a retomada de atividades econômicas. Nas próximas semanas, a realidade irá demonstrar o tamanho da irresponsabilidade de Hélder e Zenaldo. O povo paraense não irá perdoar esse crime.