A pandemia no Equador


Publicado em: 19 de maio de 2020

Mundo

Julia Puruncajas, PMI Equador

Esquerda Online

Esse post foi criado pelo Esquerda Online.

Mundo

Julia Puruncajas, PMI Equador

Esquerda Online

Esse post foi criado pelo Esquerda Online.

Compartilhe:

Ouça agora a Notícia:

Tradução Ge Souza

A pandemia deixou claro a ineficiência de um governo subordinado aos desígnios do capitalismo imperialista, através de seus representantes como o FMI, o Banco Mundial e os acordos multilaterais, que se quer implementar através de leis que violam os direitos dos trabalhadores, promovem a flexibilização e as demissões em massa, que já somam 150.000 trabalhadores, com a desculpa do confinamento pela pandemia.

O Equador é um mal exemplo no controle da pandemia, com o cinismo do governo de Lenin Moreno, que quer aparecer como aquele que melhor controla a pandemia, escondendo o número de mortos, que já se aproxima de 14.000 em Guayaquil. Especialmente nesta cidade, que é o epicentro da Covid-19, o sistema de saúde colapsou, com a população passando da dor a indignação, pois muitos buscavam ajuda para as suas famílias, sem que os centros de saúde lhes desse a ajuda necessária. Os corpos de seus familiares são abandonados em sacos nos corredores dos hospitais, sem nenhuma identificação, e até o momento já são mais de 131 corpos que permanecem nestas condições.

Pelas condições de pobreza em que se encontram a maioria da população das grandes cidades do país, cujo sustento é garantido pelas vendas que fazem nas ruas, acabam saindo para não morrer de fome, e já há casos, como em Quito, a capital, em que mais de 22 pessoas morreram nas ruas e vielas, possivelmente contaminadas pelo Covid-19. Este é o panorama que revelou a extrema desigualdade do sistema capitalista imperialista, onde poucos têm muita riqueza e a maioria está vulnerável por suas condições de extrema pobreza.

Depois das jornadas de outubro, a burguesia e seu governo querem implementar o Decreto 883, pois os empresários exigem a imposição de reformas trabalhistas para acabar com os direitos dos trabalhadores, tais como: estabilidade no emprego, pagamento de horas extras, a jornada de 40 horas semanais, direito de sindicalização, contratos coletivos, entre outras conquistas conseguidas nas lutas.

As verbas para a educação foram cortadas em 10%, especialmente para as universidades públicas, acarretando a demissão de professores, do pessoal administrativo e a diminuição das vagas para os estudantes, afetando os mais pobres do país. A desculpa para o corte de verbas na educação foi a de que os cofres públicos não têm liquidez por causa da queda do preço do petróleo no mercado internacional e a redução de impostos.

Tudo foi feito com a cumplicidade dos partidos burgueses, seus aliados, os empresários e banqueiros, cujo dinheiro se encontra fora do país em paraísos fiscais.

A reação dos trabalhadores e dos jovens estudantes secundaristas e universitários, apesar das limitações impostas pelo confinamento, é sair em protesto pelas ruas e praças das cidades de Quito e Guayaquil, contra as demissões, o rebaixamento das verbas para a educação, que vai trazer mais miséria aos pobres do país.


Contribua com a Esquerda Online

Faça a sua contribuição