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A sra. Maisel é mesmo maravilhosa

Amazon Prime – Reprodução

Senhora Maisel, bêbada, revoltada e desbocada. Impossível não amar

Travesti Socialista

Travesti socialista que adora debates polêmicos, programação e encher o saco de quem discorda (sem gulags nem paredões pelo amor de Inanna). Faz debates sobre feminismo, diversidade de gênero, cultura e outros assuntos. Confira o canal no Youtube.

Se você está procurando uma recomendação de série para ver nesses dias de quarentena (uma comédia, talvez?), então veja ‘Maravilhosa Sra. Maisel’ (‘Marvelous Mrs. Maisel’). Uma história envolvente, atrizes e atores com fortes personalidades, uma trilha sonora muito bem encaixada na trama da série e uma crítica social apresentada de forma ‘light’ e inteligente. Talvez a duração dos episódios – quase uma hora – desanime algumas pessoas, mas creio que a série vale cada minuto.

Vários prêmios – merecidos

O elenco conta com a ótima atuação de Tony Shalhoub (que já ganhou três Emmys e um Globo de Ouro por sua atuação na série ‘Monk’). Shalhoub se encaixa muito bem em sua personagem: Abe Maisel, um professor de matemática que, por exemplo, começa a pirar enquanto está uma aula de vetores e dependência linear. Uma escolha perfeita: Abe tem personalidade muito próxima do Sr. Monk. Não à toa, em 2019, ele ganhou o Emmy de como ator coadjuvante nessa série.

A atriz Alex Borstein, por outro lado, merecidamente recebeu o Emmy duas vezes (2018 e 2019) como melhor atriz coadjuvante. Fiz uma pesquisa na net só para confirmar – sim, eu já imaginava. Mesmo não sendo protagonista, ela é o tipo de atriz que rouba a cena ao interpretar Susie, a dona do bar onde acontecem os shows de comédia da Mrs. Maisel.

Mas ‘roubar a cena’ de Rachel Brosnahan nessa série não é uma tarefa nada fácil. Os fatos não me deixam mentir: ela recebeu seis prêmios como melhor atriz: dois Globos de Ouro, um Emmy, um Prêmio Screen Actors Guild e dois Prêmios Critics’ Choice. Não é fácil uma atriz que interpreta, de maneira convincente, uma mulher que, ora é Bela, Recatada e do Lar, ora é Revoltada, Desbocada e Do Bar (e quanto mais bêbada, mais desbocada e revoltada). Pelo menor eu rachei de rir com ela – e provavelmente você também vai.

Por fim, a série ganhou ainda dois prêmios Screen Actors Guild de melhor elenco, vários Emmys (melhor série de comédia, enredo, direção, supervisão musical, figurino – será que deixei passar algum?), fora o Globo de Outro de melhor série de comédia em 2018.

O ambiente, a música e um ‘defeito’

A criadora e diretora executiva Amy Sherman-Palladino inspirou-se em documentários da vida de de Joan Rivers e Totie Fields, entretanto a história da Sra. Maisel é bastante distinta. Ambientada nos anos 1950, a trama, as personagens, os figurinos e até a trilha sonora parecem se encaixar perfeitamente para recriar a época e todos os problemas vividos por uma comediante independente que fora abandonada pelo marido.

Uma característica, entretanto, que certamente desagrada algumas pessoas é a duração de cada episódio, cerca de 50 minutos, escapando à ‘moda’ das novas séries de serem de, no máximo, 30 minutos. Até porque a série começa a demonstrar sua genialidade depois da metade do episódio piloto.

De qualquer forma, é possível assistir meio episódio de cada vez. Isto é, lógico, se você conseguir parar na metade.