A falta de gás e os preços abusivos


Publicado em: 17 de abril de 2020

Brasil

Everton Tobi,de Santo André, SP

Esquerda Online

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Desde a metade do mês de março a população vem denunciando a falta de gás em algumas revendedoras. Em Santo André, aquelas poucas que tinham em estoque, via-se filas enormes com aglomeração de pessoas, além de preços abusivos. As distribuidoras e a Petrobrás colocam a culpa da situação na alta demanda pelo produto, que cresceu 23% em todo o país. O aumento da procura pelo gás de cozinha, devido à quarentena provocada pela pandemia de Covid-19, fez parte da população temer o desabastecimento, levando pessoas a comprar dois ou até três botijões para fazer estoque. Neste cenário de incertezas, donos de revendedoras aproveitam para aumentarem seus lucros, justamente nas regiões periféricas, onde algumas lojas chegam a praticar preços acimas de 100 reais.

A Petrobrás, para ajustar a produção de combustíveis à menor demanda, reduziu a carga de suas refinarias; isso levou à uma redução da produção de gás de cozinha, consequentemente, justamente no período de maior consumo. Para suprir a demanda a Petrobrás fez compras no mercado internacional de 350 mil toneladas de GLP, equivalente a 27,4 milhões de botijões (três vezes o volume normal de importação para o período), além de ter colocado em operação um gasoduto ligando Mauá à um terminal de recebimento de GLP de navios, em Santos.

Com essas ações a direção da empresa e o governo, através do Ministério de Minas e Energia, garantem que não existe risco de desabastecimento e ponderam que a falta de gás é pontual e mais ligada a fatores de logística entre as distribuidoras e revendedoras do que produção. Bento Albuquerque (Ministro das Minas e Energia) diz ainda que os preços devem sofrer redução, visto que os preços na saída das refinarias já foram rebaixados.

Demora nas ações do governo

Como em tudo relacionado à pandemia do novo coronavírus, o governo Bolsonaro, por meio da direção da Petrobrás, demorou a agir. Observando o comportamento das populações dos outros países atingidos pela Covid-19 antes do Brasil, se observa o aumento expressivo no consumo de gás e energia elétrica. A antecipação do poder público nesse caso era fundamental para evitar a falta desse insumo indispensável para as famílias, além de garantir os menores preços com o gás subsidiado para as pessoas em situação de vulnerabilidade social, que estão recorrendo à lenha e etanol combustível para cozinhar.


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