Frente ao combate da COVID-19 a necessidade de isolamento social para conter o avanço da disseminação da doença coloca em evidência o abismo social existente entre periferia e os centros urbanos.
Embalados pelas reformas, trabalhista e previdenciária, temos o aprofundamento do desemprego, da precarização das relações de trabalho expansão dos subempregos.
A quarentena, como meio de preservação da vida, não deveria ser privilégio, mas um direito de todos. Sem a seguridade social, muitas famílias enfrentam o seguinte dilema, proteger a vida aderindo ao isolamento e correr o risco de enfrentar a fome ou arriscar a vida para garantir o alimento de amanhã. Para resolver este dilema é mais que urgente que o governo garanta uma renda básica dentro do que orienta o DIEESE (Departamento intersindical de estatísticas e estudos socioeconômicos).
Aqui, periferia da zona sul (Jardim Ângela, Capão Redondo e Jardim São Luís) onde as políticas públicas custam a chegar nos deparamos também com a solidariedade, com o sentimento de comunidade que dá vida e real sentido a famosa hashtag #nosponos.
Organizações não governamentais, igrejas engajadas com as lutas pelos direitos humanos, associações de bairro e simples pessoas físicas, as ações surgem de todos os lados, a periferia mostra que é escolada em não só sobreviver as crises, mas em fazer com que o maior número pessoas passem junto por elas.
Mesmo com todas ações de solidariedade, estas não são suficientes para atender toda a população, visto que na região citada há um grande número de trabalhadores na informalidade desempregados e na condição de subempregos, vivendo em situações precárias.
Por isso, é urgente que governos federal, estadual e municipal desenvolvam políticas públicas visando garantir que está população tenha condições básicas de sobrevivência.
Portanto, é mais que urgente que os recursos que o governo federal acaba de aprovar chegue na prática nesta região.
No entanto, nos deparamos com barreiras sociais criadas pelo próprio governos, o mecanismo que ele tem disponibilizado inviabiliza que os mais necessitados tenham acesso a este recurso, pois entre outras coisas, exige que a pessoa ou possível beneficiário tenha um aparelho de celular e acesso a rede de internet e, como sabemos, uma grande maioria não possui tais instrumentos.
Além disso, muitos alunos que estão nas escolas públicas muitas vezes tem nela a única fonte segura de refeição diária e por conta deste isolamento não tem mais acesso a essa refeição.
Também defendemos a isenção das tarifas de água, luz e telefone no período de quarentena e que não seja feita nenhuma cobrança posterior.
Nós, mulheres, mães, filhas, professoras, periféricas e margem da sociedade não poderíamos nos excluir dessas ações, mesmo que fisicamente, o momento não nos propicie estar junto dos nossos, tentaremos da forma que nos é possível dar visibilidade a essas ações.
Segue a abaixo as ações de companheirxs, coletivos, ongs, trabalhadores e trabalhadoras da área social e da educação, que estão se mobilizando , NINGUÉM SOLTA A MÃO DE NINGUÉM, a menos que seja para colocar o alimento no prato de cada cidadão.
LISTA DE CAMPANHAS
(Clique para saber mais e doar)
*Kátia Regina Marcelino Soares Netto e Kelly da Cruz Bianchini são professoras da EMEI Vila Calu I, Vila Calu. Kauany Ferreira da Silva é professora da EMEI Rubens Nascimento da Silva, Parque Fernanda, no Capão Redondo.
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