Lula e Dória: Qual o papel da esquerda na oposição a Bolsonaro?


Publicado em: 2 de abril de 2020

Brasil

Rodrigo Claudio "Bocão", de São Paulo, SP

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A troca de mensagens no twitter entre Lula e Dória virou o assunto da manhã desta quinta-feira (02), seja pelos ataques dos “bolsominions” ou por jornalistas como Vera Magalhães.

Do ponto de vista político não existe nenhum problema na unidade de ação entre a esquerda e governadores como Dória na luta em defesa da vida contra o coronavírus e a política genocida de Bolsonaro. De fato a ação do governo de São Paulo apreendendo as máscaras foi correta.

O problema é que esse aceno político significa um pouco mais do que isso, porque existe um debate de tática e estratégia na esquerda. A crise do Covid-19 reformatou esse debate com novidades como o protagonismo dos governadores nas últimas semanas.

O PCdoB desde o início do governo Bolsonaro, a partir de uma leitura de uma derrota estratégica, defende que a esquerda deve buscar construir uma frente democrática de caráter amplo. A liderança dessa frente de oposição deve ser de preferência de um setor republicano, “democrático” que se disponha a fazer oposição a Bolsonaro com o objetivo de evitar um fechamento do regime e conduzir para a troca de governo em 2022.

Esse movimento começou com a figura do Ciro Gomes, mudou para Rodrigo Maia e agora se expande para os governadores de oposição como Dória. Existem sinais evidentes que essa estratégia tensiona ao máximo os governadores do PT e o próprio posicionamento passivo de Lula na conjuntura política brasileira. Em resumo, para entrar na luta política brasileira é preciso se subordinar a direção dos governadores e de Rodrigo Maia. Essa é uma leitura desastrosa que conduzirá a esquerda para uma nova derrota. As primeiras semanas da crise do Covid-19 já deixaram evidente que a estratégia de Maia, governadores e do centrão é desgastar Bolsonaro pensando em 2022.

Existe outro caminho que reconhece a necessidade das ações unitárias com governadores e o centro político contra o governo Bolsonaro, mas não entrega a liderança da oposição para estes setores, como também busca derrubar Bolsonaro o mais rápido possível, não esperando o calendário eleitoral de 2022.

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