Morre Riachão, ícone do samba


Publicado em: 30 de março de 2020

Brasil

Thiago Silva, Camaçari, BA.

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Nesta segunda-feira, a Bahia e o samba perderam seu mais notório bastião, Clementino Rodrigues, O Riachão. Morreu aos 98 anos, em sua casa no bairro do Garcia em Salvador de causas naturais.

Riachão compôs seu primeiro samba aos 12 anos de idade em 1921 e não parou mais, contando com um repertório de mais de 500 sambas. Uma de suas músicas mais famosas “Cada Macaco no seu Galho” foi gravada por Gilberto Gil e Caetano Veloso em 1972, assim que voltam do exílio imposto pela ditadura militar.

Compôs outros sucessos, como “Retrato da Bahia”, “Bochechuda e Papuda”, “Incêndio no Mercado Modelo”, “ Vai Morar com o Diabo”, que também foi gravada por Gil e Caetano, mas ganhou mais popularidade na voz de Cássia Eller e na voz de Jackson do Pandeiro. “Meu Patrão”, “Saia” e “Judas Traidor” também foram imortalizadas.

Nascido e criado no Garcia, sempre fez questão de fazer de sua casa, um local de festa. O famoso “fim de linha do Garcia” era o ponto de encontro do samba na cidade. Por conta dessa ligação com o bairro Riachão foi Homenageado em 2014 pela “Mudança do Garcia”, tradicional circuito do carnaval de Salvador onde desfilam os blocos de protesto. Em 2015, o Circuito passou a se chamar “Circuito Riachão”. Quem esteve na Mudança do Garcia lembra de Riachão na beirada de sua varanda participando ativamente e acenando aos foliões todos os anos.

Mesmo sendo um compositor genial desde muito jovem, gravou poucos discos, sendo o último em 2013, “Mundão de Ouro”. Tinha planos para o lançamento do seu novo álbum “Se Deus Quiser eu vou Chegar aos 100”, ainda para este ano. Em entrevista sobre o álbum, ele disse: “Eu tenho alguns parentes e amigos que querem continuar, eu junto com eles, a fazer essa alegria[cantar]. Se Deus permitir, eu participarei desse evento. Minha vida é a música. Minha música , pra mim, é Deus”.


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