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BRASIL

Solidariedade de classe é o único remédio para enfrentar a crise sanitária e social que se aprofunda

Fransergio Noronha de Oliveira*, de São Paulo (SP)
Portinari

Detalhe da tela “O operário” (1947)

No exato momento, em que você leitor estiver visualizando este texto, o número de vítimas fatais decorrentes da pandemia do Covid 19 divulgados na imprensa já estarão ultrapassados. A velocidade do contágio assombra o mundo e não respeita fronteiras ou classes sociais.

Mas no Brasil, assim como em grande parte das nações periféricas é necessário fazer um parênteses, as suas consequências e desdobramentos deixarão marcas muito mais profundas entre a população de rua, desempregados ou subempregados na “chamada economia informal”.

Segundo o IBGE, estamos falando de 38,4 milhões de habitantes em todo o país em 2019, essas pessoas são diaristas, camelôs, profissionais autônomos, catadores de recicláveis, artistas e um exército cada vez maior de trabalhadores sem carteira assinada.

A necessidade do isolamento social para retardar um provável colapso no sistema de saúde no auge da pandemia afeta em cheio essas pessoas, uma grande parcela já é vitima do acesso precário ao tratamento de outras enfermidades, aumentando o grupo de risco. Muitos vão ser obrigados a se expor ao contágio tentando levar para casa o pão de cada dia.

As medidas governamentais são pífias, ainda mais se considerarmos o cenário de agravamento na economia mundial que caminha a passos largos para uma recessão. É nesse contexto caótico, em meio a distrações do “messias” que a elite brasileira deixa clara suas intenções de preservar apenas seus interesses econômicos, deixando a maior parte da nossa classe refém de uma tragédia humanitária sem precedentes!

Nesse momento, não basta só bater panela ou denunciar o governo nas redes sociais, precisamos também organizar uma enorme teia de solidariedade que se espalhe por todos os cantos para garantir alimentos, remédios e calor humano entre todos os trabalhadores desse país, para juntos enfrentar da melhor forma possível essa guerra sanitária e social.

Em São Paulo, na Zona Sul, estamos organizando uma campanha financeira nas redes sociais para ajudar os colegas professores contratados de forma precária que vão ficar sem salários nos próximos meses, a Subsede da Apeoesp de Santo Amaro também aprovou a doação de cestas básicas para esse fim. Esperamos que mais iniciativas como essa se espalhem contagiando a todos!

 

Para contribuir: https://abacashi.com/p/educacao-e-solidariedade-para-vencer-o-covid-19

 

*Fransérgio é professor de Geografia e Conselheiro Estadual da APEOESP