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BRASIL

Em defesa da vida da classe operária: paralisar as grandes concentrações de trabalho não essenciais com manutenção do salário e sem demissões

Lucas Scaldaferri, de São Paulo (SP)
Roosevelt Cássio / SindMetalSJC

Trabalhadores da Chery votam acordo que reverteu as demissões, garantindo licença remunerada e estabilidade de três meses

O elemento mais importante na contenção da epidemia neste momento é evitar a concentração de pessoas, pois o vírus já está circulando no Brasil. Na China a epidemia foi contida também porque o governo decidiu parar as grandes concentrações proletárias.
Por que a Ford e a GM têm que seguir produzindo carros neste momento? É necessário que operários da construção civil sigam construindo arranhas-céu? Ou call centers sigam funcionando normalmente? Precisamos mesmo que os shopping sigam abertos?
A resposta é simples: os grandes empresários não estão preocupados com a vida da classe trabalhadora, mas sim em manter seus lucros diante da crise humanitária. Por outro lado o governo Bolsonaro demonstra ser ineficiente e irresponsável em apresentar um plano que tenha como centro a vida do povo.
Não por outro motivo o governo acha correto reduzir salário dos trabalhadores e trabalhadoras e oferece míseros R$ 200 para os trabalhadores autônomos. Qualquer trabalhador sabe que é impossível fazer as compras do mês com essa esmola oferecida por Bolsonaro.

Três movimentos dos últimos dias que mostram o caminho 

Em São José dos Campos (SP) a fábrica chinesa Chery anunciou a demissão de 59 operários. A reação foi imediata, com uma greve que conseguiu reverter as demissões e garantir a estabilidade no emprego por três  meses.
Já em Fortaleza, mesmo no feriado do padroeiro da cidade, uma empresa manteve operários da construção civil em serviço. O sindicato da categoria atuou rápido e paralisou a obra denunciando a irresponsabilidade dos patrões.
Em São Paulo um dos maiores Call Center do país manteve os trabalhadores em operação sem álcool gel. A resposta veio com uma manifestação na frente da empresa e com palavras de ordem do tipo “El, el, el, queremos álcool gel!” e  “Veja não, álcool gel é solução”.

Duas medidas urgentes para proteger a vida da classe trabalhadora

1) O governo deve determinar a paralisação imediata de todas as grandes concentrações de trabalhadores e trabalhadoras como montadoras de veículo, construtoras, call centers de bancos e telefonia, fábricas de cosméticos e bebidas alcoólicas.
Os trabalhadores e trabalhadoras devem seguir recebendo seus salários integrais e com estabilidade no emprego enquanto durar a necessidade da quarentena.
2) Colocar o maquinário de algumas indústrias para a produção de produtos hospitalares de extrema necessidade. Assim como a indústria de cosméticos e bebidas deve se voltar para a produção de álcool gel, que deve ser distribuído gratuitamente para as famílias de baixa renda.
Essa produção deve ser inspecionada pela Anvisa e com todos os cuidados sanitários para os trabalhadores e trabalhadoras. O central é usar a capacidade ociosa das empresas que não produzem artigos essenciais na guerra contra o coronavírus.

A única saída para atual crise sanitária é colocar a vida das pessoas em primeiro lugar, a vida acima do lucro.

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