18 de março é um dia de luta. O Brasil precisa parar! Infelizmente isso não se dará por meio de uma ampla mobilização nas ruas, como gostaríamos, mas com uma paralisação urgente e necessária das nossas atividades. É pela vida das pessoas! É para evitar a catástrofe social. Precisamos conter a velocidade de propagação do vírus para depois combater os humanos que nos atacam e nos vilipendiam.
Não vamos repetir os erros do presidente que atentou contra a vida da população, que ele responda criminalmente por tamanha irresponsabilidade. Também não faremos como a extrema-direita, esse vírus perigoso que assola o nosso país que, de forma oportunista, apoia o fechamento do regime aproveitando-se da epidemia. Menos ainda vamos fazer como as igrejas neopentecostais que continuam reunindo multidões afirmando que eles não serão atingidos porque estão “ungidos nas mãos de Deus”.
Nossa luta jamais será desqualificada, porque acima de tudo presamos a solidariedade e a responsabilidade com a nossa classe. Vamos precisar fortalecer a resistência em nossas casas. Ironicamente, dessa vez, isso se dará do sofá, sem aglomeração nas ruas.
Ficar em quarentena é para poucos, mas quem pode ficar em casa, deve ficar neste momento. Em casos como esse, as atitudes individuais são imprescindíveis! Uma pessoa a menos se locomovendo pela cidade vai fazer muita diferença. Já tem muita gente, que quando a situação apertar, vai continuar trabalhando. São os entregadores, os bombeiros, os assistentes sociais, todos aqueles que trabalham nos hospitais, nos supermercados e nas farmácias. Estas pessoas vão continuar arriscando a própria vida para salvar a nossa.
Os funcionários públicos, professores e demais pessoas que podem trabalhar em casa, sem prejuízo do salário, numa hora dessas não podem ser considerados privilegiados. Eles apenas têm uma condição de viver com dignidade. Todos deveriam ter esse direito!
Ficaremos em casa sabendo que essa será a opção de poucos. Não podemos esquecer dos milhares de trabalhadores que não têm essa opção. São infinitos microempreendedores, uberizados, terceirizados, autônomos e idosos sem aposentadoria que precisarão continuar trabalhando. Sem falar na população carcerária e nas pessoas em situação de rua que simplesmente podem estar condenadas à morte. Em pandemias como essa, a sociedade de classes revela a sua face mais cruel e assassina.
Será que vivendo essa experiência trágica nossos governantes ainda terão a coragem de defender a carteira verde e amarela? “Mais empregos sem direitos ou mais direitos sem emprego”? Continuarão incentivando o empreendedorismo inseguro e sem garantias salariais? Ainda afirmarão que terceirizar as atividades-fim é a saída?
Nessas horas em que a gente chega bem perto da barbárie todos deveriam entender que precisamos do Estado e de um sistema de seguridade social que assegure a vida das pessoas.
É preciso pressionar o patronato a reduzir seus lucros, liberando os trabalhadores de forma remunerada. A vida não pode se basear na opção entre ter o dinheiro do aluguel, da comida, do emprego ou contrair um vírus dentro de um transporte público. Não podemos naturalizar a opção entre trabalhar em condições de risco à própria vida ou perecer sem conseguir manter a subsistência.
O desespero irá se abater sobre as pessoas. É uma questão de tempo. A classe trabalhadora brasileira está na informalidade, vive “no vermelho” e cheia de boletos. Então, o que fazer para sobreviver em meio a tudo isso? Sentar e esperar? Ler um livro? Escrever uma poesia? Certamente não.
Ainda não sabemos como vamos lidar com essa situação, mas precisamos repensar tudo! Além de condenar atitudes de aglomeração opcional irresponsável, vanguardista ou espontaneísta, precisamos denunciar a aglomeração forçada e induzida pelo patronato. Precisamos defender a seguridade social, ampliar os recursos da saúde pública, revogar a Emenda Constitucional n.95 que congela os gastos do SUS, e necessitamos defender os direitos do trabalho mais do que nunca.
É extremamente necessário a revogação das reformas neoliberais. Não cabe apresentar soluções chantagistas como a privatização de empresas estratégicas e “reformas estruturantes” para superar a crise, como faz Paulo Guedes.
Nesse contexto, o dia 18 de março, planejado para ser um dia nacional de lutas, precisa continuar com esse propósito. Façamos uma “guerrilha virtual” exigindo a paralisação geral das atividades, enfrentando não só a Covid-19, mas preparando a greve e as lutas.
A exigência e a denúncia aos governos e aos patrões precisará ser feita dos nossos lares, unindo forças sociais para quando a epidemia passar voltarmos às ruas com toda a força necessária. Afinal, o novo coronavírus é uma pandemia passageira, a luta contra esse sistema neoliberal que gera um câncer social, é permanente.
Em defesa da Saúde Pública e Gratuita!
Pela Imediata Revogação da Emenda Constitucional 95!
Em defesa das Liberdades Democráticas – Ditadura nunca Mais!
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