Em meio às gravíssimas e parcialmente imprevisíveis consequências da pandemia do coronavírus (COVID-19), que requerem esforço extraordinário de solidariedade ativa para a proteção dos mais vulneráveis, temos visto, na direção oposta, a tentativa de setores patronais de privilegiarem lucros e evitar perdas em seus negócios com as necessárias medidas restritivas de aglomeração e circulação de pessoas, buscando repassar tais perdas a seus funcionários.

Em especial, é chocante a tentativa da rede de cinemas Cinemark, a maior do país e parte de um oligopólio cada vez mais consolidado, de impor aos seus trabalhadores a “opção” espúria entre um plano de demissão voluntária e um de redução de 80% nos vencimentos. Este violento ataque mostra que para o grande capital os trabalhadores só tem serventia como fonte imediata de lucro, sendo descartáveis à primeira dificuldade. Medidas como esta colocam em risco não somente os empregados diretamente afetados, mas ameaçam o próprio controle da pandemia, que necessita da ampliação imediata e emergencial da rede de proteção social.

É urgente que a sociedade, impulsionada pelos partidos de esquerda e movimentos sociais, repudiem categoricamente toda tentativa de abandonar os trabalhadores à própria sorte.
Toda solidariedade aos trabalhadores do Cinemark!