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OPRESSÕES

Resistência Feminista: novo movimento de mulheres anticapitalistas será lançado no Brasil

Movimento vai às ruas no 8 de Março em oposição ao governo Bolsonaro, contra o golpe, a ditadura militar, pela vida, democracia e direitos

Carol Burgos, jornalista do Esquerda Online e integrante do Resistência Feminista

Neste oito de março, Dia Internacional de Luta da Mulher Trabalhadora, será lançado um novo movimento de mulheres no Brasil, o Resistência Feminista, com a divulgação de um manifesto com as características, diretrizes e reivindicações principais que o norteia.

O grupo é composto por mulheres de todas as regiões do país, de várias gerações e experiências junto aos movimentos sociais, que viram a escalada autoritária crescer e protagonizaram lutas importantes, como o Fora Cunha, em denúncia aos retrocessos de Marco Feliciano; a primavera feminista, em 2015; a luta em memória e cobrando respostas sobre o assassinato de Marielle Franco e, mais recentemente, o movimento #EleNão, em oposição ao atual presidente da República, Jair Bolsonaro, e a performance latino-americana “Estuprador és tu”, entre outras atividades feministas.

Agora, no atual momento do país, de altos índices de violência contra as mulheres, ataques à democracia, apologia à Ditadura Militar, suas integrantes prometem ir novamente às ruas neste 8 de março e chamar ainda mais mulheres para estar juntas nessa luta.

Apesar de novo, o movimento Resistência Feminista surgirá com bases firmes. Tivemos acesso a parte do manifesto do grupo, que ainda não foi lançado. Nele, as integrantes justificam o surgimento da organização a partir da necessidade de responder aos anseios de um dos setores mais atingidos pela crise global capitalista. “Afeta cada vez mais a nós, trabalhadoras, negras, pobres, indígenas, periféricas e LBTs ao redor do planeta”, afirmam, acrescentando que, além de econômica, a crise é, também, social e ecológica, “com um limite absoluto para a existência da vida humana”. 

Ainda de acordo com o manifesto, o grupo acredita que, assim como são massacradas em diversas esferas, com as desigualdades no trabalho, as violências domésticas e racista do Estado, entre outras formas de opressão, as mulheres serão “a fonte da virada desse jogo lucrativo” para a minoria, que é, segundo elas, “o 1% que só se mantém no poder a base de destruição e morte”.

E assim tem demonstrado o movimento feminista em todo o mundo. Construíram uma greve internacional de mulheres em vários países; protagonizaram a luta contra os reflexos do neoliberalismo em países da América Latina e contra a escalada autoritária dos governos de extrema direita; marcaram a data do 8 de março como polo de resistência de toda a classe. Além de tudo, continuam resistindo aos diversos ataques que sofrem no dia a dia nas comunidades, locais de moradia, estudo, trabalho.

E é por tudo isso que, ainda segundo o manifesto, surgiu a ideia do movimento. Principalmente, como forma de aproximar e organizar mulheres de todo o país para potencializar as respostas ao momento atual, de crise capitalista e ameaças do governo de extrema direita do Brasil, com todos os retrocessos que disseminam. Algumas das ativistas do grupo estão organizadas nas fileiras do PSOL. O movimento afirma, antes de tudo, a necessidade de estar enraizado “onde vive a maioria das mulheres brasileiras: nos bairros, nos locais de trabalho, nas escolas e universidades”. Afirma que se conformará nesses espaços, priorizando o trabalho pela base, a construção coletiva e democrática das lutas, a partir de reuniões, plenárias e núcleos.  

E em um tempo de propagação de fakenews, desinformação, demonização do feminismo e muitos interesses individuais, o grupo afirma querer chegar em quem desconfia do feminismo enquanto projeto de liberdade e justiça e também em quem aposta no feminismo como projeto individual de ascensão social, para mostrar que “apenas um feminismo anticapitalista, antirracista, que tenha como método a luta coletiva, é que pode ir às últimas consequências na superação das profundas desigualdades de que sofre a maioria das mulheres brasileiras”. 

Além da atuação pela base, o movimento reivindica uma construção anticapitalista e antirracista; luta para acabar com as desigualdades enfrentadas pelas mulheres brasileiras e reivindica um mundo construído pelos e para os 99% da sociedade, a maioria, composta de jovens, periféricos, trabalhadoras e trabalhadores.

Lembramos que a íntegra do manifesto do movimento Resistência Feminista será lançado no dia 8 de março. Vamos acompanhar!

 

Para saber mais sobre o movimento, acompanhar e participar, é só acessar as recém lançadas redes do Resistência Feminista: 

Facebook: http://facebook.com/rfeminista

Instagram: http://instagram.com/resistfeminista

Para colocar o tema na foto do Perfil do Facebook, é fácil: acesse o link ou procure em tema por “Resistência Feminista”.