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BRASIL

Nota de repúdio ao ataque neofascista à sede do PSOL Niterói

Resistência/PSOL
“O fascismo é a verdadeira face do capitalismo”
(Bertolt Brecht)
Nós, da Resistência, corrente do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), repudiamos mais um ataque neofascista que o PSOL Niterói sofreu. Não é de hoje que sofremos ataques da ultradireita na cidade. Ameaças contra a deputada federal Talíria Petrone (principalmente quando era vereadora em Niterói), cartas anônimas, ataques virtuais e fake news são algumas das armas deles contra nós. Mas no dia 19 de fevereiro de 2020 um dito “dossiê” foi deixado na sede do nosso partido contendo ameaças aos militantes, aprofundando tamanho absurdo. Todas as características possíveis do mais podre do que poderia se esperar de um ser humano estão contidas nas 55 páginas do tal documento: racismo, capacitismo, homofobia, machismo, eugenismo e anticomunismo. De forma abjeta, a capa do “dossiê” expõe uma montagem de nossa militante Marielle Franco, assassinada no ano de 2018, com os seguintes dizeres: “Comunista bom é comunista morto. Um ultimato ao PSOL!”.
Querem nos intimidar, que abandonemos as lutas e as candidaturas para as próximas eleições. Não conseguirão. Somos um dos partidos que mais cresce entre a juventude. Somos oposição contra o governo Bolsonaro e enfrentamos incansavelmente os ataques aos nossos direitos. Enfrentamos a ultradireita com a nossa militância e nossos princípios. Isso incomoda! Por isso, reafirmamos: avançaremos! Somos sementes. Para nós, da Resistência, o socialismo é a luta permanente contra todas as formas de opressão. Por isso, seguimos nosso projeto por uma sociedade socialista, tendo como princípio fundamental a defesa inconteste da democracia. Reafirmamos que, se eles odeiam negros e negras, mulheres, LGBTTIs, nós seguimos ao lado de todas e todos os oprimidos. Seguiremos enfrentando os neofascistas. Nas eleições e, fundamentalmente, nas ruas. Nós os derrotaremos!
Entendemos esse ataque como parte de um movimento histórico recente de avanço do neofascismo no Brasil e no mundo, como expressão de uma crise sistêmica do capital. A escalada de militares na política nacional, os posicionamentos misóginos, racistas, homofóbicos e anti-esquerda do clã Bolsonaro, as relações espúrias com as milícias e o fundamentalismo religioso expressam o fortalecimento de um setor neofascista no país, que aplica a agenda neoliberal na sua forma mais violenta já experimentada, tendo como métodos a difamação por fake news, o obscurantismo científico, o combate à liberdade de cátedra, a perseguição política, a censura e a retirada de direitos sociais. Combater o neofascismo no Brasil, portanto, passa por combater o governo Bolsonaro e os seus apoiadores ideológicos que organizam grupos que tem por objetivo atacar à esquerda.
Repudiamos o ataque à democracia contra o PSOL, por isso, defendemos que todos os setores consequentes da esquerda, partidos, movimentos sociais e sindicatos devem priorizar o combate aberto e unificado contra os neofascistas. No dia 8 de Março as mulheres mostrarão essa resistência dizendo não às políticas de Bolsonaro. No dia 14 de Março estaremos nas ruas para denunciar a impunidade que recai sobre os milicianos e os mandantes do assassinato contra Marielle e Anderson. E no dia 18 de Março faremos uma grande greve nacional contra os cortes na educação e os ataques que a educação pública vem sofrendo. Por isso, daremos a resposta aos neofascistas nas ruas!
Nas ruas, unidos, em defesa do socialismo, dos direitos de trabalhadoras e trabalhadores e da democracia. Seguimos seguros de que estamos do lado certo da História.
Fascistas não passarão!