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MUNDO

Nota de Pesar pelo falecimento de Lal Khan, revolucionário do Paquistão

José Carlos Miranda*, de Caieiras (SP)

Lal Khan no 37º Congresso da The Struggle, em novembro de 2018.

Nesta sexta, 21 de fevereiro, recebi consternado a notícia que meu amigo e camarada Lal Khan (Kammerat Tanveer Gondal) faleceu. Conheci Lal Khan em 2008 numa Conferência Internacional na Espanha e desde então tenho acompanhado seus artigos e o trabalho da organização marxista paquistanesa The Struggle da qual foi um dos fundadores. É uma perda irreparável para todos que lutam pelo socialismo revolucionário no Paquistão e em todo mundo.

Lal Khan lutava há alguns anos contra uma doença grave e mesmo com parcas energias ainda era um entusiasta da defesa do marxismo revolucionário e internacionalista, do legado de Leon Trotsky.

De um punhado de exilados estudantes na Holanda construíram uma das mais tradicionais e respeitadas organizações trotskistas do Sudeste Asiático que realizará seu 38° Congresso no início de março com objetivo de reunir 2 mil revolucionários.

Envio meus mais profundo pesar aos camaradas do The Struggle, a família e aos amigos.

Honras e glórias aos nossos!

Lal Khan PRESENTE! Hoje e Sempre!

Como justa homenagem publicamos abaixo a declaração da Asian Marxist Review, da qual era o editor.


 

Que coração parou de bater!

 Por Asian Marxist Review

Lal Khan, cujo nome não precisa de introdução entre os revolucionários, não apenas do Paquistão, mas de todo o mundo, deu seu último suspiro hoje, no dia 21 de fevereiro, às 19h, em Lahore. Ele estava lutando contra o câncer pelo último ano e meio, tinha 64 anos.

Foi um dos fundadores da ‘The Struggle’ (A Luta), uma revista marxista quinzenal em língua urdu, editor-chefe da Asian Marxist Review e secretário internacional da Campanha de Defesa Sindical do Paquistão (PTUDC).

Lal Khan iniciou sua luta revolucionária como líder estudantil na Nishtar Medical College Multan no final dos anos 1970 e logo se interessou pelas idéias do marxismo e do socialismo revolucionário. Durante o despótico regime de Zia-Ul-Haq, ele sofreu açoites e encarceramentos e mais tarde foi exilado por muitos anos, quando os tribunais da lei marcial o condenaram à morte por não abandonar suas atividades políticas.

Por mais de quatro décadas, ele lutou sob a bandeira do socialismo revolucionário pelos interesses históricos da classe trabalhadora. No período sombrio que se desenrolava com o colapso da União Soviética, ele não apenas lançou as bases de uma organização marxista no sul da Ásia, mas defendeu implacavelmente, através de dezenas de seus escritos, as idéias de Marx, Engels, Lenin e Trotsky contra a onda imperialista de propaganda do chamado fracasso do socialismo como sistema social. Sua confiança e crença no futuro comunista da humanidade não tremeram até seu último suspiro.

A jornada de sua vida pode ter chegado ao fim, mas ele viverá por muito tempo na luta pela emancipação da humanidade da exploração capitalista e da tirania no Paquistão, no sul da Ásia e no mundo inteiro. Seu legado inspirará muitas gerações vindouras a manterem a bandeira vermelha tremulando alto.

Gostaríamos de lhe prestar homenagem nas palavras do camarada Lênin:

“Que tocha da razão deixou de arder!
Que coração deixou de bater!”

Camarada de despedida Lal Khan … sua memória sempre será honrada.

 

 

*José Carlos Miranda é membro da Direção Nacional da Resistência PSOL

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