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BRASIL

Mineração em terras indígenas: Projeto de Bolsonaro é um duro ataque aos povos indígenas e ao meio ambiente

Will Mota, de Belém (PA)
Marcelo Camargo/Agência Brasil

Indígenas protestam na Esplanada dos Ministérios, em 2018

Em cerimônia alusiva aos 400 dias de seu governo, Jair Bolsonaro anunciou em Brasília, no dia 05 de fevereiro, que irá enviar um Projeto de Lei para regulamentar a realização de atividades econômicas como mineração, exploração de gás e petróleo, projetos de geração de energia, turismo, pecuária, garimpo e agricultura empresarial em Terras Indígenas.

Os detalhes do projeto ainda não foram divulgados, mas integrantes do governo, como o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, e o da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, além do próprio presidente, já adiantaram através de seu típico linguajar racista e preconceituoso que o objetivo é “fazer do índio um ser humano igual a nós”. Isto é, transformar os povos indígenas em empreendedores capitalistas e aniquilar culturas e modos de vida tradicionais. Onyx Lorenzoni fez a seguinte declaração na solenidade, que resume seus objetivos: “Pois hoje, presidente, com a sua assinatura será a libertação. Ou seja, nós teremos a partir de agora a autonomia dos povos indígenas e sua liberdade de escolha. Será possível minerar, gerar energia, transmitir energia, exploração de petróleo e gás e cultivo das terras indígenas. Ou seja, será a Lei Áurea”, afirmou.

Uma ameaça ao planeta

Este projeto representa o maior ataque à existência física e cultural dos povos indígenas brasileiros e uma ameaça gigantesca sobre a natureza, pois as Terras Indígenas ocupam 13,8% do território nacional e são áreas altamente preservadas do ponto de vista ambiental. As florestas, águas e terras hoje localizadas em Terras Indígenas estarão disponíveis à exploração capitalistas e a depredação ambiental, se este projeto for aprovado. Trata-se de um projeto que vai na contramão da necessidade de se lutar contra o aquecimento global e a preservação do meio ambiente, um verdadeiro risco ao Planeta.

É preciso urgente iniciar uma campanha, a mais ampla e unitária possível, para impedir a aprovação desse projeto que, se aprovado, pode representar um terrível genocídio e etnocídio dos povos indígenas brasileiros e um salto de qualidade na destruição ambiental.