No dia 17 de janeiro, foram divulgadas as notas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Cerca de 3,9 milhões de pessoas participaram do exame. Os resultados geraram questionamentos nas redes sociais em relação às notas de diversos estudantes. O INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) constatou que 5.974 provas foram corrigidas com um gabarito não correspondente, comprovando resultados contraditórios e equivocados, o que colocou em risco, por consequência, o calendário do SISU, Prouni e FIES.
Em meio a decisões judiciais, o SISU foi mantido, mas o MEC adiou o Prouni. As notas que tiveram erros foram corrigidas, no entanto, ainda assim, o resultado final de todas as provas pode não ser 100% confiável, levando em consideração o funcionamento do TRI (Teoria de Resposta ao Item), conforme afirmam os próprios funcionários do próprio MEC.
A postura cínica de Abraham Weintraub (ministro da Educação) foi de dizer que esse “foi o melhor ENEM de todos os tempos”, tripudiando, desse modo, em cima da angústia de milhares de estudantes prejudicados. Não se trata de um mero erro, embora a incompetência de Weintraub seja evidente. Essa é mais uma das ações protagonizadas pelo MEC, sob o governo Bolsonaro, que tem como o objetivo avançar na destruição da educação e das universidades públicas.
Ao longo do ano, o Ministério da Educação tentou intervir na prova: demitiu o presidente do INEP e disse que teria controle sobre as questões que cairiam. O ENEM é o principal meio de entrada nas universidades públicas. Com todos os seus limites, contribuiu para o aumento do ingresso no ensino superior público. Weintraub, ao não dar uma resposta contundente ao problema, busca desmoralizar o exame e aprofundar o projeto de desmonte da universidade pública.
Em defesa da Educação, da Universidade Pública e do ENEM
Centenas de milhares de estudantes realizam seu sonho e entram agora na universidade por meio do SISU, somando-se a uma comunidade universitária que está construindo uma luta permanente em defesa de um grande patrimônio brasileiro: a universidade pública, gratuita e socialmente referenciada.
Nesse momento, Abraham Weintraub é o maior inimigo da educação pública brasileira. Sua permanência no cargo é uma ameaça ao ensino básico e superior, à pesquisa e à ciência, e, desse modo, aos milhões de estudantes e trabalhadores da educação. Bolsonaro o mantém por ser um dos seus principais aliados na propagação da ideologia neofascista na sociedade.
A queda de Weintraub significaria uma vitória do movimento estudantil e do movimento social da educação na luta em defesa da educação pública. Por isso, o #ForaWeintraub, nas redes sociais e nas ruas, deve uma importante bandeira da resistência social e democrática. Nossa luta é no presente para continuar tendo direito ao futuro.
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