O Tesouro Nacional acaba de divulgar os números da dívida pública brasileira. Em 2019, primeiro ano do governo neofascista de Bolsonaro, a dívida pública federal atingiu seu maior patamar desde que esta pesquisa é realizada.
Segundo os dados divulgados, a dívida pública federal subiu 9,5% no ano passado, bem acima da inflação oficial do país, atingindo o valor recorde de 4,248 trilhões de reais.
A participação estrangeira no controle de títulos da dívida interna brasileira também subiu, passando de 418,4 bilhões de reais em 2018 para 425,77 bilhões de reais no ano passado. Outros credores principais da dívida interna são as instituições financeiras e os fundos de investimentos.
A dívida externa brasileira subiu ainda mais, chegando a 165,68 milhões de reais, um aumento de 11,7% em comparação ao ano anterior.
Cortes das verbas sociais e dependência externa vão aumentar ainda mais
Segundo a Auditoria da Dívida, já em 2018 40% do Orçamento da União foi consumido com o pagamento de juros e amortizações da dívida pública. Com o crescimento recorde na dívida pública interna – e também da dívida externa – este cenário perverso deve piorar ainda mais.
Ou seja, se depender da vontade do atual governo neofascista e da sua equipe econômica neoliberal, os cortes nas verbas públicas para saúde, educação, saneamento, meio ambiente, moradia, entre outras áreas, serão ainda mais significativas. Tudo para garantir os lucros astronômicos das grandes empresas e dos bancos.
Outro aspecto deste grave cenário é o crescimento da dependência externa do Brasil. Um dos eixos da política de Bolsonaro e Guedes é abrir ainda mais a nossa economia para o capital externo e, também, a venda de importantes empresas estatais, como as Refinarias da Petrobras, os Correios, o setor elétrico e de processamento de dados.
Preparar pela base as lutas de resistência em 2020
No dia 8 de março, vão acontecer manifestações nacionais do 8 de março, Dia Internacional de luta das Mulheres, data que tem sido um ponto importante das lutas de resistência em nosso país e no mundo.
Outra data importante é o dia 14 de março, quando se completam dois anos do brutal assassinato da companheira Marielle Franco (vereadora do Psol Carioca) e de seu motorista Anderson Gomes. Um crime político ainda sem solução.
Na última segunda-feira, dia 27 de janeiro, houve a primeira reunião conjunta das centrais sindicais em 2020, confirmando a convocação de um novo dia nacional de mobilização contra os ataques aos direitos sociais, para o dia 18 de março, quando a Confederação Nacional dos Trabalhadores da Educação (CNTE) já tinha anunciado um dia nacional de paralisação.
Mas, não adianta apenas marcar um dia nacional de lutas sem que essa decisão não sirva de fato para que esta mobilização seja preparada, de verdade e pela base, pelas direções de todas as entidades sindicais, movimentos sociais e pelos partidos de esquerda. Apesar de todas as dificuldades que existem na conjuntura, a saída é investir na construção de novas mobilizações nacionais e unitárias.
Especialmente, a CUT, o PT, e o próprio ex-presidente Lula, devem, de fato, chamar e priorizar a preparação deste novo dia nacional de mobilização. Afinal, apenas esperar as eleições de 2020 ou 2022 só vai preparar novas derrotas para os explorados e oprimidos.
A luta tem que ser agora: derrotar o governo Bolsonaro nas ruas.
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