Declaração da Rede Internacional Judaica Antissionista-Argentina (IJAN-Argentina) frente à participação do Presidente no Foro internacional de líderes na celebração do dia internacional de recordação do Holocausto e a luta contra o antissemitismo”, no dia 23 de Janeiro de 2020.
A Rede Internacional Judaica Antissionista na Argentina (IJAN Argentina) condena o encontro de líderes de estados colonialistas na cidade palestina ocupada de Jerusalém, auspiciado pelo Estado terrorista de Israel. Semelhante demonstração de cinismo e hipocrisia chega ao paroxismo em especial porque a poucos quilômetros do evento ocorre um processo de despojamento sistemático que conduz ao extermínio do povo palestino pelas mãos do sionismo e seu produto, o Estado de Israel, com apoio expresso ou cumplicidade tácita dos mesmos líderes que a tal evento comparecem.
Uma vez mais, vemos como o Estado do Apartheid de Israel, criado pelo sionismo e as forças imperialistas no território palestino, esconde-se atrás do genocídio judaico para se outorgar legitimidade e escapar do chamado ao boicote pela sociedade civil palestina de 2005 e acatado desde então pelo crescente movimento internacional BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções) ao Estado do Apartheid israelense e a suas instituições.
O sofrimento judaico nas mãos da judaico-fobia europeia, que teve sua máxima expressão no genocídio judaico por parte do nazismo durante a Segunda Guerra Mundial, não deve ser usado como instrumento político para garantir a impunidade do Estado de Israel frente aos seus crimes contra o Povo Palestino e outros povos árabes massacrados por tal regime desde a sua implantação, em 1948.
Condenamos em particular a participação de nosso presidente, Alberto Fernández, em tal evento, em sua primeira visita oficial a outro país, em total incoerência com seu suposto apoio aos direitos humanos. Os direitos humanos são universais e inegociáveis e de nenhuma maneira devem ser usados como moeda de troca diplomática, política nem econômica. Os direitos do Povo Palestino devem ser defendidos da mesma forma que os de qualquer povo originário do mundo que estão sob perseguição pelo colonialismo e o genocídio. Assim como foi no caso da África do Sul, o colonialismo racista e o apartheid impostos pelo imperialismo e o sionismo na Palestina podem ser abolidos por meio de um amplo apoio internacional ao BDS e a ruptura de relações diplomáticas com o Estado terrorista de Israel.
20 de janeiro de 2020
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