Na quinta-feira (5/12), os servidores públicos da segurança do Rio Grande do Sul tomaram Porto Alegre para denunciar o pacote do governador Eduardo Leite e exigir a retirada dos projetos da Assembleia Legislativa. Deram uma demonstração de força que vai ser decisiva para derrotar os ataques.
Foram 15 mil policiais civis e brigadianos (policiais militares) da ativa e aposentados, além de bombeiros e familiares de todas essas categorias de trabalhadores da segurança. Dezenas de entidades desses servidores prepararam delegações vindas de todo o Estado que, organizadas em corporações, fizeram uma passeata na tarde ensolarada, colocando ainda mais pressão para derrotar o “pacote da morte”, como vem sendo chamado o conjunto de seis Projetos de Lei e uma Emenda Constitucional enviados à Assembleia pelo governo.
Reunidos na Praça da Matriz, ao lado da Assembleia Legislativa e de frente ao Palácio Piratini (sede do governo), eles disponibilizaram um caminhão para fala de três minutos de deputados estaduais. Depois, as lideranças fizeram reuniões com parlamentares para exigir a retirada ou revogação do pacote.
As entidades dos policiais e bombeiros, reunidas no Fórum de Entidades de Classe dos Militares Estaduais, organizaram uma assembleia na praça e definiram que os servidores da segurança irão fazer uma operação-padrão a partir do dia 16/12. Isso significa que os policiais militares e bombeiros não sairão mais dos batalhões usando munições e coletes vencidos ou em viaturas com pneus carecas. As seis associações que representam vários setores da Brigada Militar convocaram as mulheres dos militares para impedirem a saída dos policiais de dentro dos quartéis a partir do dia 17/12.
Essa manifestação, somada às deliberações da assembleia de servidores, permitem avançar na pressão pela campanha da retirada do projeto e na derrota política do governador Eduardo Leite. Permite, também, visualizar uma grande agenda unitária para a semana decisiva de 16 a 20 de dezembro, na Praça da Matriz, em Porto Alegre.
Além do grande ato da segurança, a semana foi de manutenção da greve da educação com forte adesão e apoio ainda maior da população. Em dezenas de atividades e com um ato estadual na terra do governador (a cidade de Pelotas), os últimos dias foram de adesão de servidores de outros órgãos e de atividades conjuntas.
Somaram-se, também, as manifestações de deputados, bancadas e Câmaras de Vereadores contra o pacote, ou no mínimo contra o regime de urgência e pontos específicos dos projetos de desmonte do serviço público. O próprio presidente da Assembleia Legislativa veio a público dizer que era melhor o governador retirar o pacote. Além disso, houve um fato inusitado e espontâneo: durante um show da banda “Nenhum do Nós”, no Theatro São Pedro, o governador recebeu tamanha vaia que foi obrigado a se retirar.
Porém, contra tudo e todos, o governador tem afirmado que irá levar o pacote à votação na semana que antecede o natal. No entanto, vamos ver se ele resiste a mais dias de greve, solidariedade e mobilização.
Na próxima terça-feira, os servidores terão novo ato unificado estadual e prometem superar o último, que contou com 15 mil pessoas vindas de todo o Estado.
Pela retirada do pacote e sua rejeição total.
Pagamento em dia dos salários e manutenção dos planos de carreira.
Grande unidade na luta na semana de 16 a 20 de dezembro.
No dia 10/12, todas e todos na Praça da Matriz, às 9:30h! Podemos vencer!
Imagens
Comentários