De 03 a 06 de outubro de 2019, acontece no clube ADLER, na cidade de Vinhedo, o 4° Congresso da CSP-Conlutas. Foram eleitos para o congresso cerca de 2000 delegados dos movimentos sindical, popular, de opressões e estudantil.
Importantes setores da classe trabalhadora estarão representados, debatendo a melhor forma de enfrentar a conjuntura difícil que estamos vivendo. A CSP Conlutas agrupa, principalmente, trabalhadores do setor público, tendo representação significativa nos setores da educação, que têm sido protagonistas na luta contra o governo Bolsonaro.
A CSP Conlutas surgiu e se afirmou como uma central plural e democrática, com independência em relação aos governos e patrões, em um momento em que parte importante do sindicalismo no país apoiava e fazia parte dos governos do PT.
Infelizmente, nos últimos anos, a Central tem se desviado cada vez mais de seus objetivos e vocação iniciais. Desde o golpe parlamentar que derrubou o PT do governo, em 2016, a direção majoritária da CSP Conlutas tem cometido graves erros políticos. Não caracterizou que o impeachment era um golpe contra a classe trabalhadora, tendo como objetivo a retirada de direitos. Nem com as revelações do portal The Intercept a direção da central alterou sua posição, tendo se recusado inclusive a assumir que a prisão sem provas do ex-presidente Lula é parte do golpe e que sua libertação deve ser assumida como bandeira de todo o movimento social, independente da posição em relação aos governos do PT.
Estes erros políticos tiveram conseqüências. Até agora, a direção da CSP Conlutas não compreendeu que vivemos um momento desfavorável na correlação de forças entre as classes e que, por isso, o centro da atuação política deveria ser a unidade de ação e a frente única. Isso faz, por exemplo, com que a CSP se recuse a participar de atos políticos que sejam convocados pela Frente Povo Sem Medo e que tenham entre suas renvidicações a bandeira do “Lula Livre”.
Os erros políticos foram acompanhados pela adoção sistemática de métodos burocráticos para a condução da central, com organismos que não funcionam coerentemente, imposição de decisões que não passam pelas instâncias da central, construção de uma maioria artificial em diversas regionais. A condução burocrática também se refletiu na própria construção do congresso, com um debate muito superficial na base.
Congresso deve encarar o desafio de unir a classe para derrotar Bolsonaro nas ruas!
O momento do país é delicado para a classe trabalhadora. Apesar da perda de apoio popular do governo Bolsonaro, ele se mantém forte e comanda grandes ataques aos direitos dos trabalhadores e às liberdades democráticas. Estamos a poucos dias da consumação do maior ataque à previdência social do país, o que vai transformar em pó o sonho de milhões de brasileiros em se aposentar. O governo já anunciou uma lista de empresas que pretende privatizar, dentre elas os Correios, a Eletrobrás e a Casa da Moeda.
Diante de todos estes ataques, acreditamos que o centro do Congresso da CSP Conlutas deve ser preparar a luta para derrotar Bolsonaro nas ruas. Essa luta só pode ser vitoriosa se for feita em frente única, envolvendo não somente o movimento sindical e suas entidades, mas também o movimento estudantil, os movimentos de luta contra as opressões e demais movimentos sociais que expressam a luta das trabalhadoras e trabalhadores.
Como parte da construção da frente única, é fundamental que o Congresso aponte como uma prioridade da Central a construção do Fórum Sindical e Popular por Direitos e Liberdades Democráticas, que reúne importantes entidades sindicais, como o ANDES, organizações populares e de juventude, a CSP Conlutas, Intersindical – Instrumento de Luta, Intersindical – Central da Classe Trabalhadora, Unidade Classista, entre outros. É fundamental também apostar na construção de um grande encontro da classe trabalhadora, que reúna todos os setores classistas.
Para que possa cumprir esta tarefa, o Congresso precisa inverter a política que tem sido aplicada pela direção majoritária, relocalizando a CSP CONLUTAS para que esteja à altura dos enormes desafios colocados pela conjuntura.
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