O Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) tem sido um dos partidos que mais avança no campo da esquerda nos últimos anos. Seu avanço se dá tanto em filiações, em candidatos eleitos, como no envolvimento com os movimentos sociais e na luta em defesa de direitos e da democracia.
Em 2017 foi o partido com o maior número de filiados, chegando a 24 mil novas adesões. Nas eleições de 2018 conseguiu um importante avanço em sua bancada de parlamentares, saindo de 6 deputados para 10 deputados federais.Para além da política institucional o PSOL se destaca como o lugar onde os lutadores se encontram. Toda uma geração de lutadoras mulheres, jovens negras e negros, LGBT que se organizam e se movem na defesa de um futuro diferente e na resistência contra os projetos da extrema direita tem enxergado no PSOL uma alternativa de luta e resistência coletiva.
No Ceará, e em particular no Cariri não tem sido diferente. Os dados do TSE indicam que no estado são 3.863 filiados, a maioria em Fortaleza com 1.275. Já nas três maiores cidades do Cariri somos 184 filiados (1), Crato a frente com 70 filiados, Juazeiro do Norte são 55 filiados, já em Barbalha são 42 filiados. Entre esses, a maioria é de jovens negras e negros, mulheres ou LGBT’s. Foram esses que construíram a campanha vitoriosa da Professora Zuleide Queiroz na região. A mulher negra que simboliza a luta daqueles que nunca desistem. Zuleide, militante da Resistência/PSOL, teve uma votação expressiva para deputada federal em 2018 com 14.993 (0,33% dos válidos). Ou seja, é da região do Cariri a deputada federal mais votada pelo PSOL no Ceará.
De Fortaleza vieram 3.331 votos (0,27% validos na capital). Mas, o destaque mesmo foi a região do Cariri, dando o tom da resistência feminina e negra contra a extrema direita na região. No Crato foram 3.893 votos (6,26% dos votos da cidade), em Juazeiro do Norte, 3.847 votos (3,18%), em Barbalha 450 votos (1,42%).
As mulheres do PSOL Cariri também estiveram envolvidas no #Elenão, junto ao movimento de mulheres, mostraram o caminho para combater a extrema direita. Assim como tem se feito presente em todas as lutas contra a reforma da previdência e os ataques às universidades públicas e à educação básica da qual a juventude tem sido o centro de resistência. As juventudes ligadas ao PSOL vêm demonstrando que a luta coletiva é o caminho para barrar os retrocessos e as privatizações impostas pela extrema direita demonstrando que a região dos Cariris é um lugar de muita resistência.
Aqui o PSOL vem se pintando e se constituindo em meio a essa juventude, com encontros mensais e com programação de debates e formações essa nova geração de lutadores ocupar as praças e ruas das cidades do Cariri.
Precisamos avançar: a votação de Zuleíde e os atos de ruas na região demonstram que o Cariri não iria se curvar ao obscurantismo da extrema direita. Contudo, nossas forças ainda são poucas para barrar o retrocesso, precisamos organizar mais e mais trabalhadores, jovens, mulheres, negras e negros. Necessitamos construir a resistência aos ataques da extrema direita.
O PSOL tem se colocado a disposição para ajudar a construir essa resistência, a ser parte dessa luta. Com seus parlamentares, como suas figuras públicas, mas especialmente com todos os seus militantes que tem atuado permanentemente na organização das lutas em defesa dos direitos e da democracia, contra o extermínio da juventude negra, o machismo e a lgbtfobia.
Nesse sentido, é importante continuar organizando as fileiras do PSOL como um lugar onde todos os explorados e oprimidos possam olhar o futuro de cabeça erguida, sonhando construir uma nova sociedade, um novo mundo. Para isso devemos transformar os votos em filiações, e as filiações em organização cotidiana para barrar os retrocessos e derrotar a extrema direita. Construa a resistência, venha fazer parte do PSOL no Cariri, filie-se e participe de nossas atividades, venha construir a luta por mundo onde sejamos “socialmente iguais e humanamente diferentes” (Rosa Luxemburgo).
*José Pereira é militante da Resistência/PSOL no Cariri.
1 – Desse montante de 184 filiações, 21 foram feitas em 2019. No Crato foram 2 filiados em 2018, e 14 em 2017. Em Juazeiro foram 3 em 2019, 7 em 2018, e a grande maioria foi em 2017, com 45.
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