O Conselho Superior Universitário (CONSUN) da Universidade Federal do Pará reuniu-se, na manhã desta segunda-feira (23), para avaliar a possibilidade de adesão da Instituição ao Programa ‘Future-se’ do Ministério da Educação.
Em uma sessão histórica, com cerca de quatro horas de duração, por unanimidade os (as) conselheiros (as) se manifestaram por unanimidade contra o ‘Future-se’ por entenderem que este projeto é um ataque a dois pilares fundamentais que erguem a universidade pública brasileira: o financiamento público e a autonomia universitária.
O ‘Future-se’ nada mais é do que uma tentativa de privatização das universidades federais por meio da terceirização da gestão das universidades para uma Organização Social (entidade de natureza privada) e através do incentivo às Instituições de Ensino Superior (IES) para que busquem captar recursos junto às empresas no mercado capitalista.
As consequências seriam desastrosas para o modelo de universidade tal como o conhecemos e pelo qual tanto lutamos, como o fim dos concursos públicos e do regime jurídico único para o pessoal docente e técnico, a precarização dos cursos ligados às ciências humanas, o privilegiamento da pesquisa aplicada em detrimento da pesquisa básica, a possibilidade de cobrança de taxas e mensalidades nas universidades federais, a venda de serviços de saúde nos hospitais universitários para planos de saúde privados e a completa subordinação da produção do conhecimento e do trabalho acadêmico à lógica empresarial-mercantil.
Diante desta grave ameaça, dos ataques já desferidos e dos golpes que estão sendo gestados pelo governo Bolsonaro contra a educação pública, tais como a reforma administrativa que visa acabar com a estabilidade e com as carreiras dos servidores públicos federais, as entidades sindicais e estudantis presentes na reunião do CONSUN enfatizaram a importância da construção da greve nacional da educação de 48 horas que tá sendo convocado para os dias 2 e 3 de Outubro como parte do plano de lutas para resistir aos ataques de Bolsonaro e Weintraub.
Chega de cortes de verbas e de bolsas. Não ao ‘Future-se’! Em defesa da educação, estudantes, técnicos e professores vão parar nos dias 2 e 3 de outubro. Fora Weintraub. Vamos derrotar o governo Bolsonaro nas ruas!
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