O momento político que vivemos em nosso país é caótico, estamos sofrendo diversos ataques nas mais diversas áreas, fruto da onda conservadora que ronda o mundo. Nesse texto vou me ater a discutir a questão dos ataques na educação e da necessidade de organizarmos uma greve nacional da educação.
Estamos vivendo um momento histórico na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), com uma assembleia geral universitária com mais de 6 mil pessoas que se colocaram contrarias ao future-se e ao contingenciamento de verbas imposto pelo governo; assim como o Conselho universitário da instituição que votou contra o projeto, e na ultima terça-feira, dia 10 de setembro, a assembleia geral estudantil com mais de 3 mil alunos deflagrou pela greve estudantil. Hoje, em nossa universidade, mais de 70% dos cursos se encontram em greve.
Como estudante da UFSC, única universidade do pais que está em greve apesar de não ser a que se encontra em pior situação, está claro que a única forma de barrarmos os ataques do governo Bolsonaro é com a nacionalização dessa greve. É central organizar a greve nacional da educação, e nesse sentido o chamado da UNE para a paralisação nacional da educação nos dias 2 e 3 de outubro não são suficientes para barrar os cortes. Nesse momento precisamos de uma entidade que tenha coragem para lutar e audácia pra mudar suas práticas, articulando com os DCEs, DAs e CAs em todo o país convocando assembleias e construindo a greve nacional.
Praticamente todas as universidades federais do país estão com o funcionamento prejudicado e com ameaças de não conseguir terminar o semestre, sem nem falar no planejamento pro próximo ano. Mesmo com o gigantesco tsunami da educação no semestre passado o cenário para as universidades ainda é caótico, colocando a necessidade de radicalizarmos as formas de resistência. Não podemos ficar apenas nos atos de rua (que devem continuar) e em paralisações pontuais, somente com uma grande greve nacional seremos capazes de barrar os cortes.
Apesar da nossa recém deflagrada greve estar muito mobilizada, temos convicção que se continuarmos isolados nacionalmente não teremos condições de manter a greve por muito tempo. Além do fato de que sem a nacionalização estamos fadados a sairmos derrotados desse processo, colocando uma grande derrota a toda uma nova geração de lutadores.
A greve da UFSC precisa que a UNE leve a cabo sua história de luta e convoque a greve nacional da educação, que se impulsione em todo país a mobilização e a resistência aos ataques da educação, criando as condições para que a greve nacional se coloque em prática.
*Este artigo reflete as opiniões do autor e não necessariamente as do Esquerda Online. Somos um portal aberto às polêmicas da esquerda socialista.
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