Pular para o conteúdo
BRASIL

FNP e FUP lançam manifesto dos petroleiros a favor da greve mundial pelo clima

Leia abaixo o texto, que convoca as manifestações pelo clima nesta sexta, 20

Federação Nacional dos Petroleiros e Federação Única dos Petroleiros
Divulgação / Via EBC

Mancha de óleo provocada pelo vazamento no poço da Chevron na Bacia de Campos, em 2011.

Privatização da Petrobrás coloca em risco o meio ambiente

Em todo o mundo, há um grande chamado para a greve mundial pelo clima, que acontecerá entre os dias 20 e 27 de setembro de 2019. Os dados do aquecimento global são alarmantes e as consequências das mudanças climáticas estão evidentes. Uma das principais exigências é o fim da era dos combustíveis fósseis e a mudança da matriz energética mundial.

Para isso, é preciso que os governantes priorizem o meio ambiente e o setor de energia como políticas de Estado. Nossos recursos naturais não podem ser tratados como mercadoria a serviço do sistema financeiro. São questão de soberania nacional.

A política do Governo Bolsonaro, tanto para o meio ambiente, quanto para o setor de energia, é desastrosa. O ministro Ricardo Salles coloca em dúvida a ação humana no aquecimento global. Recentemente, assistimos, indignados, aos incêndios criminosos na Amazônia.

Paralelamente, o governo Bolsonaro acelera a privatização das empresas nacionais de energia. O objetivo é facilitar a entrega dos nossos recursos naturais para as empresas estrangeiras. E isso já está acontecendo através do desmonte dos Sistemas Petrobrás e Eletrobrás, comprometendo a soberania energética do País e, consequentemente, o meio ambiente.

A Petrobrás é reconhecida pelo seu compromisso socioambiental, responsável por importantes iniciativas neste sentido, como os Projetos Tamar e Baleia Jubarte.

Você acha que uma empresa de petróleo estrangeira teria algum compromisso com a proteção e preservação dos nossos ecossistemas e das comunidades locais onde venha a atuar?

As privatizações podem levar a graves acidentes ambientais e prejuízos sociais, como aconteceu com a Vale do Rio Doce. Os desastres ambientais de Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais, foram tragédias anunciadas, que ocorreram porque o que interessa para os donos da Vale é o lucro acima de tudo. É a lógica do capital privado.

O governo Bolsonaro está entregando os nossos campos de petróleo para as multinacionais, inclusive áreas valiosas do Pré-Sal, o que levará a uma exploração ainda mais acelerada e predatória destes recursos.

O atual presidente da Petrobrás, Castello Branco, que tem o sonho de privatizar a estatal, segue a mesma lógica, desnacionalizando ativos e reduzindo investimentos estratégicos. Na contramão mundial, usinas de biocombustíveis estão sendo vendidas e apenas 0,5% dos investimentos da Petrobrás foram destinados para energias renováveis até 2023.

As grandes empresas de petróleo, principalmente europeias, pretendem diversificar seu portfólio, investindo em energia mais limpa. As organizações sociais e a sociedade esperam e cobram das petrolíferas um plano de transição energética mais sólido.

Nós, petroleiros e petroleiras, não aceitamos os retrocessos que colocam em risco o meio ambiente e a soberania nacional. Estamos na luta contra o esfacelamento da Petrobrás e o desmonte do setor público energético. Defendemos uma empresa integrada de energia, que diversifique suas áreas de atuação. Uma estatal a serviço das necessidades do povo brasileiro, que realize as mudanças necessárias e urgentes para o futuro do planeta. Exigimos que a Petrobrás suspenda as privatizações e reveja o seu plano estratégico para iniciar efetivamente esta mudança.

Por isso, os trabalhadores, os sindicatos e as Federações Nacionais de Petroleiros do Brasil (FUP e FNP) se somam às mobilizações globais pelo clima. Estaremos nas manifestações de rua do dia 20 de setembro, em defesa das empresas estatais, da soberania nacional, do futuro da Amazônia e do Brasil.

 

Atos nas principais capitais, no dia 20:

Brasília: Concentração às 17h, na Rodoviária

São Paulo: Concentração às 16h, na Avenida Paulista – MASP

Rio de Janeiro: Concentração às 16h, no IBAMA – Praça XV

Salvador: Concentração às 9h, na Praça do Campo Grande

Fortaleza: Concentração às 8h,
na Praça Luiza Távora.

Participe dos atos nas suas cidades!