Privatização da Petrobrás coloca em risco o meio ambiente
Em todo o mundo, há um grande chamado para a greve mundial pelo clima, que acontecerá entre os dias 20 e 27 de setembro de 2019. Os dados do aquecimento global são alarmantes e as consequências das mudanças climáticas estão evidentes. Uma das principais exigências é o fim da era dos combustíveis fósseis e a mudança da matriz energética mundial.
Para isso, é preciso que os governantes priorizem o meio ambiente e o setor de energia como políticas de Estado. Nossos recursos naturais não podem ser tratados como mercadoria a serviço do sistema financeiro. São questão de soberania nacional.
A política do Governo Bolsonaro, tanto para o meio ambiente, quanto para o setor de energia, é desastrosa. O ministro Ricardo Salles coloca em dúvida a ação humana no aquecimento global. Recentemente, assistimos, indignados, aos incêndios criminosos na Amazônia.
Paralelamente, o governo Bolsonaro acelera a privatização das empresas nacionais de energia. O objetivo é facilitar a entrega dos nossos recursos naturais para as empresas estrangeiras. E isso já está acontecendo através do desmonte dos Sistemas Petrobrás e Eletrobrás, comprometendo a soberania energética do País e, consequentemente, o meio ambiente.
A Petrobrás é reconhecida pelo seu compromisso socioambiental, responsável por importantes iniciativas neste sentido, como os Projetos Tamar e Baleia Jubarte.
Você acha que uma empresa de petróleo estrangeira teria algum compromisso com a proteção e preservação dos nossos ecossistemas e das comunidades locais onde venha a atuar?
As privatizações podem levar a graves acidentes ambientais e prejuízos sociais, como aconteceu com a Vale do Rio Doce. Os desastres ambientais de Brumadinho e Mariana, em Minas Gerais, foram tragédias anunciadas, que ocorreram porque o que interessa para os donos da Vale é o lucro acima de tudo. É a lógica do capital privado.
O governo Bolsonaro está entregando os nossos campos de petróleo para as multinacionais, inclusive áreas valiosas do Pré-Sal, o que levará a uma exploração ainda mais acelerada e predatória destes recursos.
O atual presidente da Petrobrás, Castello Branco, que tem o sonho de privatizar a estatal, segue a mesma lógica, desnacionalizando ativos e reduzindo investimentos estratégicos. Na contramão mundial, usinas de biocombustíveis estão sendo vendidas e apenas 0,5% dos investimentos da Petrobrás foram destinados para energias renováveis até 2023.
As grandes empresas de petróleo, principalmente europeias, pretendem diversificar seu portfólio, investindo em energia mais limpa. As organizações sociais e a sociedade esperam e cobram das petrolíferas um plano de transição energética mais sólido.
Nós, petroleiros e petroleiras, não aceitamos os retrocessos que colocam em risco o meio ambiente e a soberania nacional. Estamos na luta contra o esfacelamento da Petrobrás e o desmonte do setor público energético. Defendemos uma empresa integrada de energia, que diversifique suas áreas de atuação. Uma estatal a serviço das necessidades do povo brasileiro, que realize as mudanças necessárias e urgentes para o futuro do planeta. Exigimos que a Petrobrás suspenda as privatizações e reveja o seu plano estratégico para iniciar efetivamente esta mudança.
Por isso, os trabalhadores, os sindicatos e as Federações Nacionais de Petroleiros do Brasil (FUP e FNP) se somam às mobilizações globais pelo clima. Estaremos nas manifestações de rua do dia 20 de setembro, em defesa das empresas estatais, da soberania nacional, do futuro da Amazônia e do Brasil.
Atos nas principais capitais, no dia 20:
Brasília: Concentração às 17h, na Rodoviária
São Paulo: Concentração às 16h, na Avenida Paulista – MASP
Rio de Janeiro: Concentração às 16h, no IBAMA – Praça XV
Salvador: Concentração às 9h, na Praça do Campo Grande
Fortaleza: Concentração às 8h,
na Praça Luiza Távora.
Participe dos atos nas suas cidades!
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