Proteger a Amazônia, defender os direitos, lutar pelas liberdades democráticas e garantir a soberania nacional

Editorial 2 de setembro
Protesto em defesa da Amazônia em Manaus

(Foto Alberto César Araújo_Amazônia Real)

Após 8 meses de governo Bolsonaro, a cada dia fica mais nítido para a maioria do povo que o projeto do atual governo é um projeto de destruição das conquistas históricas da classe trabalhadora brasileira e até mesmo uma grave ameaça ao futuro do planeta.

Bolsonaro e sua equipe de ministros obscurantistas têm trabalhado diuturnamente no sentido de ampliar as condições para o aumento da lucratividade dos grandes empresários através da retirada de direitos trabalhistas e previdenciários, da privatização das empresas estatais, da destruição dos serviços públicos e de uma política predatória em relação ao meio ambiente e aos recursos naturais. O autoritarismo, a militarização e a coleção de declarações absurdas fazem parte da face mais selvagem do modelo capitalista defendido por governos de extrema direita como Bolsonaro para impor seu programa ultraliberal em relação à economia, ao meio-ambiente e aos serviços públicos e conservador-autoritário em relação às liberdades democráticas e aos direitos civis e sociais.

A última pesquisa do Datafolha de popularidade do atual governo demonstra que há um crescimento expressivo na avaliação negativa do governo Bolsonaro e uma queda na sua avaliação positiva. Essa tendência é um alento para todos e todas que estão na resistência contra este governo e sem dúvida é reflexo da repercussão internacional negativa do aumento do desmatamento na Amazônia e das trágicas respostas dadas por Bolsonaro e seu ministro Ricardo Salles em relação ao problema do desmatamento.

Paralelamente, enquanto o presidente da República incentiva e apoia a destruição da Amazônia, a equipe econômica de Bolsonaro encaminha a privatização de 17 empresas estatais, aprofunda os ataques à educação pública com a não reversão dos cortes orçamentários e a apresentação de um programa que mercantiliza a produção do conhecimento e põe um fim à autonomia universitária (o Future-se), além de seguir com a política de retirada de direitos trabalhistas e previdenciários, a exemplo da reforma da previdência que tramita no Senado e a MP 881 da liberdade econômica.

E como se já não bastasse tudo isso, ainda não sabemos quem mandou matar Marielle e Anderson, Lula segue preso sem direito a um julgamento justo, mesmo diante de todas as evidências de que a Lava-jato atuou de maneira ilegal, e Sérgio Moro continua patrocinando em um projeto batizado de “anti-crime” mas que na verdade é um projeto anti-pobre e anti-preto porque confere licença para as forças policias matarem e continuarem cometendo práticas de abuso de autoridade nas favelas.

Neste sentido, o caminho para derrotar Bolsonaro é trilharmos com paciência e firmeza o caminho da unidade entre todos e todas que estão sendo atacados (as) por esse governo. Apoiar e fortalecer as lutas em curso, buscando unificá-las e cercá-las de solidariedade. A defesa da Amazônia e de nossas riquezas precisa se ligar à luta em defesa da educação, que por sua vez deve se conectar às lutas em defesa das liberdades democráticas e que por sua vez deve se articular com as luta em defesa da previdência, das nossas estatais, do emprego, de salário digno e por mais direitos.  Esse é o único modo do povo brasileiro retomar a confiança em suas próprias forças.

Por isso, no dia 05 de setembro (dia da Amazônia), no dia 07/09 (grito dos excluídos), no dia 20/09 (greve mundial climática) e em cada dia de luta que for marcado (seja pauta geral ou específica) precisamos tomar as ruas de forma unificada para derrotar Bolsonaro e seus ataques.