O governo de Macri, sustentado pelo FMI e pelas empresas multinacionais, com o apoio da grande mídia, sofreu um revés eleitoral que está abrindo uma enorme crise política.
A diferença de 15% a favor da Frente de Todos [kirchinerismo], que foi maior ainda na província de Buenos Aires, constitui uma derrota irreversível. Além disso, o resultado demonstra que o governo está em minoria e sua queda será traumática. Isto também é um golpe para os governos títeres do imperialismo na América Latina.
As pesquisas mentirosas não puderam evitar a catástrofe. A manipulação de Durán Barba, a mídia impressa e as consultorias, não foram suficientes para evitar a derrota.
O regime ficou tão enfraquecido, que o governo poderia ser derrubado pela ira popular – o que seria plenamente justificado – em função do roubo, dos ajustes, da repressão, das manipulações e pela concentração de toda a riqueza em poucas mãos.
A situação mudou e a alegria popular cresceu desde que se conheceu os resultados. Compartilhamos da alegria pela derrota dos capachos do FMI e das multinacionais, porém ganhou [Fernandez], não poderá cumprir as promessas de melhorar as condições de vida das massas, sem afetar os interesses dos grandes grupos econômicos.
E isto não pode esperar até dezembro. Depois de poucas horas da derrota de Cambiemos, os banqueiros e empresários provocaram uma desvalorização brutal do peso argentino em 20%, que será transferida aos preços na próxima horas, demonstrando seu total desprezo pela chamada “vontade popular”. Macri justificou esta extorsão capitalista com absoluto cinismo. A culpa “foi daqueles que votaram errado.”
As reivindicações da esquerda de romper com o FMI e não pagar a dívida externa, recebeu apoio de 700 mil eleitores, colocando [a FIT-U] em 4º lugar nas eleições. Este capital político deve ser posto a serviço de impulsionar as mobilizações contra este novo roubo aos nossos bolsos. As metas eleitorais devem ficar submetidas a esta necessidade de luta.
Para proteger nossos interesses de classe, frente a este novo ataque do mercado, a classe operária deve impor, através de sua própria força e de suas ações, as medidas de emergência de que precisamos: indexação automática dos salários a inflação; proibição de demissões e suspensões; diminuição das horas de trabalho, sem redução de salário; confisco dos centros de coleta de alimentos para colocá-los a serviço daqueles que precisam; nacionalização dos bancos e do comércio exterior para frear a corrida ao dólar e a fuga de capitais, entre outras medidas.
Para isto, exigimos que as direções sindicais, a CGT e a CTA convoquem assembleias e plenárias para votar planos de lutas, com uma greve e uma mobilização imediata, que deixe claro aos patrões que não aceitaremos calados que continuem nos roubando.
BASTA DE ROUBO!
FORA MACRI!
Opinião Socialista
Buenos Aires, 12 de agosto de 2019
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