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MOVIMENTO

Protesto contra o reajuste na tarifa é violentamente reprimido em Macapá

O braço opressor do Estado e a força da juventude na resistência

Alinne Brito*, de Macapá (AP)
Alinne Brito

Protesto em Macapá (AP)

Não é de hoje que a juventude tem lutado para assegurar direitos básicos. No Estado do Amapá e em outros Estados sempre houve enfrentamento com as prefeituras e as empresas de transportes. Desde 2015 as empresas de veículos via acordo judicial prometem renovar e aumentar a frota em circulação, porém isso não se materializou, mas o que vem ocorrendo são reajustes arbitrários que empobrecem mais os trabalhadores afetando sua qualidade de vida, seu direito de ir e vir e de seus filhos.

No dia 15 de agosto começou a vigorar o aumento da passagem de ônibus de R$ 3,25 para R$ 3,50. Esses R$ 0,25 centavos a mais dentro de um Estado que em 2019, apresenta 46% das pessoas em situação de pobreza, liderando a desigualdade social, com 53% dos desempregados procurando emprego há mais de dois anos, sendo sua maioria de mulheres e jovens é, no mínimo, desumano e covarde!

Na manhã desta terça, dia 20, os movimentos estudantis chamaram um ato contra o aumento da tarifa. Secundaristas e universitários, com apoio de alguns professores, compareceram apenas com suas bandeira e suas vozes para dizer que a este preço seria mais difícil chegar nas escolas e universidades, porém foram recebidos com muita violência na frente do SETAP (sindicato das empresas de transportes de passageiros do Amapá).

A polícia militar do governo do estado, dirigido pelo PDT, lançou bombas e golpes de cassetete. Sob a mira de fuzis, do disparo de balas de borracha, bombas de efeito moral e muita truculência, os policiais agrediam estudantes e a todos que tentassem interferir. O nível da violência pode ser visto nesse vídeo, de Thiago Mars.

O protesto terminou com duas prisões de estudantes, que já foram liberados, porém responderão o inquérito. Na manhã deste dia 21 eles foram encaminhados a fazerem exames de corpo de delito. A juventude segue dando exemplo de resistência contra quem rouba direito e sonhos de uma sociedade mais justa!

O que o aumento representa?

Duas passagens ao dia gera um valor de R$ 7,00, multiplicando por seis que corresponde a semana de trabalho/aula, gera um custo de R$ 42,00 semanalmente para uma mãe ou pai de família que possui dois filhos na escola/universidade, sendo que o SETAP ainda restringe o uso da carteira de estudante para apenas 4 passagens. Com um salário de R$ 998,00 o valor atribuído à hora trabalhada é de R$ 4,54. Isso quer dizer que se precisa trabalhar mais de 3 horas para custear 4 passagens de ônibus, que ao longo do mês faz a diferença na mesa deste trabalhador/trabalhadora e de sua família.

O SETAP, diga-se de passagem, nem carta sindical tem, pois capciosamente pode continuar faturando com a bilhetagem, algo que não condiz com a natureza sindical, prova disto se dá pela assinatura que sempre vem em nome da FETRANORTE, daí vem se lucrando aplicando tarifas cujo a fatia atribuída ao CTMAC (companhia de transportes e transito de Macapá), enquanto o imposto nunca é repassado, acumulando uma divida histórica com este setor, tal fato foi divulgado em um período atrás ainda sobre as discussões acerca de reajuste tarifário.

Mesmo diante de tantos argumentos, de nada vale para os patrões que rezam na cartilha de Bolsonaro, acionando o braço opressor do Estado, que são as polícias, para coibir o direito a livre manifestação.

NADA JUSTIFICA A VIOLÊNCIA! Mas não se pode esperar flores vindo da policia que mais mata no Brasil, que é a policia amapaense.

#LUTARNÃOÉCRIME #AJUVENTUDERESISTE
#FORASETAP #PELASLIBERDADESDEMOCRÁTICAS
SEJA DO CENTRO OU DA PERIFA TODXS CONTRA O AUMENTO DA TARIFA!

 

*Alinne é militante da Resistência/PSOL em Macapá