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Lucro dos Bancos dispara no governo Bolsonaro, enquanto a vida do povo trabalhador só piora

André Freire

Historiador e membro da Coordenação Nacional da Resistência/PSOL

Enquanto a nossa economia segue patinando, e existe até a ameaça de um novo desempenho negativo do Produto Interno Bruto (PIB); no momento que se consolida a terrível marca de 13 milhões de desempregados, e o número de pessoas que estão até desistindo de procurar emprego só aumenta; na semana que a Câmara dos Deputados acaba de aprovar, em segundo turno, uma reforma da previdência que deixará milhões de brasileiros sem o direito a aposentadoria ou com os benefícios ainda mais reduzidos; no mesmo período que o governo segue cortando verbas da saúde e da educação públicas. Adivinhe qual é a última notícia de impacto na área econômica: os lucros dos bancos não param de crescer.

No segundo trimestre de 2019, os quatro maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander) que atuam no Brasil lucraram juntos nada mais nada menos que 20,4 bilhões de reais. O resultado representa um crescimento de 21,3% se comparado ao mesmo período do ano passado, e de 8,3% em relação ao primeiro trimestre deste ano.

O Itaú foi o que mais lucrou no trimestre, com R$ 6,8 bilhões; seguido de Bradesco, com R$ 6,6 bilhões de lucro no período; Banco do Brasil, com R$ 4,2 bilhões; e Santander, com R$ 3,4 bilhões.

São lucros exorbitantes, especialmente se for colocado em contraste com o crescimento da miséria, do desemprego, dos cortes de verbas nos setores sociais, do verdadeiro caos nos serviços públicos e na paralisação e retrocesso de vários programas sociais mínimos em nosso país.

A política econômica do ministro Paulo Guedes e de Bolsonaro pode ser conhecida como “Robin Hood às avessas”. Ou seja, tira dos mais pobres para favorecer os lucros e os privilégios dos mais ricos.

Esse governo, nos seus primeiros sete meses, não esboçou nenhuma medida que minimamente ataque de verdade os privilégios dos mais ricos. Por exemplo: não cobra a dívida de mais de 500 bilhões das grandes empresa e bancos com a Previdência Social; na sua proposta de reforma tributária sequer se discute a sobretaxação das grandes fortunas e dos lucros astronômicos; e nem ventila diminuir os altos salários de juízes, parlamentares e da elite das forças armadas.

Agora, para o povo trabalhador é só ataques: aos direitos previdenciários, trabalhistas, até as normais mínimas que regem a saúde e a segurança do trabalhador são respeitadas.

O Brasil é um verdadeiro paraíso para os banqueiros. Todo o ano, cerca de 40% do Orçamento da União é consumido com o pagamento de juros e amortizações das dívidas – externa e interna. Mais do que nunca é necessária a realização de uma auditoria desta dívida, suspendendo estes pagamentos ilegais e ilegítimos, para atender as demandas reais de investimentos públicos na geração de empregos, obras públicas e na garantia de serviços públicos de qualidade para a maioria da população.

Mas, não devemos ter nenhuma ilusão que uma mudança de rumo na política econômica virá deste governo de extrema-direita, nem dessa maioria reacionária e corrupta do Congresso Nacional ou mesmo do Poder Judiciário.

A saída é investirmos cada vez mais na nossa luta e organização. Na próxima terça-feira, dia 13 de agosto, voltaremos a realizar grandes manifestações em todo o país para defender a Educação Pública e a Previdência Social, que estão sendo violentamente atacadas pelo governo.

Mais do que nunca, temos que fortalecer e unificar as nossas mobilizações para derrotar o governo Bolsonaro nas ruas.

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