Entre os dias 20 e 22 de setembro de 2019, em Arujá (SP), ocorrerá o Encontro Nacional de Mulheres do PSOL. Há semanas vem ocorrendo plenárias estaduais em todo o Brasil para a tiragem das delegadas que representarão seus estados e chapas no Encontro Nacional.
O evento será o primeiro depois de alguns anos de uma certa estagnação da Setorial Nacional de Mulheres do partido. Nesses mesmos anos em que a atividade política feminista não teve expressivos espaços internos no PSOL, o movimento de mulheres no Brasil e no mundo viveu uma grande eclosão. Greves, campanhas e mobilizações massivas de mulheres tomaram conta das ruas da América Latina, da África, da Europa e do Oriente Médio.
O PSOL demonstrou sua vocação em representar setores oprimidos da sociedade brasileira justamente nesse período. A militância feminista organizada no PSOL construiu ativamente todas as experiências de combate ao avanço do conservadorismo – desde a gestão de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na Câmara dos Deputados e a largada do golpe parlamentar, passando pela Primavera Feminista até, mais recentemente, o estrondoso #EleNão, com a chegada ao poder pelas frações de extrema-direita por meio do voto, na eleição de Bolsonaro, a mais polarizada politicamente da história do Brasil.
Muitos elementos da realidade nacional, atravessada por entreguistas e fundamentalistas da pior espécie, têm como início e fim a condição da maioria das mulheres. Há uma crise de reprodução social de enormes e duradouras proporções no desmonte dos direitos sociais. A maioria das mulheres brasileiras, pobres e negras, sofre uma imensa sobrecarga de trabalho reprodutivo por conta desse desmonte e estão inclusive morrendo muito mais por conta dele. Ao mesmo tempo, são femininas as categorias de trabalho superexploradas nessas áreas, suscetíveis a atrasos salariais e demissões em massa.
Por isso o medo dos de cima com o levante da educação que eclodiu em maio. A educação é feminina! Por isso o medo deles da revolta feminista que pulsa em cantos diversos do Brasil com a morte de Marielles, de mães periféricas que perdem seus filhos mortos pelo Estado. O grito de basta de violência de Estado é feminino!
Contra nós, armas nas mãos de agressores de mulheres, fundamentalistas religiosos controlando nossos corpos e banqueiros exterminando nosso futuro. Contra eles, só dispomos da potência da nossa organização para virar esse jogo, ecoando as ideias de um feminismo para as 99%!
Para respondermos à altura de nossos desafios, vamos aos encontros estaduais de mulheres do PSOL, de norte ao sul do Brasil, defendendo nossas propostas:
▪ Organizar um Encontro Nacional de Mulheres Feministas no Brasil para fortalecer a unidade na luta antifascista e em defesa dos nossos direitos;
▪ Fazer da Setorial de Mulheres do PSOL um polo internacionalista, de contato com mulheres em luta ao redor do mundo;
▪ Promover campanhas permanentes contra o feminicídio e todo tipo de violência contra a mulher: nenhuma a menos! Vidas negras importam!
Vamos com tudo para fazer valer nossas propostas nos encontros estaduais e no encontro nacional! Por um PSOL nas ruas e na luta pela vida das mulheres!
Comentários