Filas nos canteiros de obra mostram o drama dos desempregados em Fortaleza
Publicado em: 1 de agosto de 2019
A foto acima é de uma fila de emprego em uma obra da BSPAR-Estrutech Engenharia, no bairro Benfica, em Fortaleza (CE), na manhã desta quinta-feira, 01. Do lado de dentro, haviam cerca de 70 operários trabalhando e outros 50 estavam do lado de fora, na porta e dos dois lados da rua, lutando por uma vaga. Na semana anterior, a polícia foi chamada por outra empresa, a Canoplus, na Região Metropolitana, para “controlar” uma fila e reprimiu fortemente os desempregados.
A construção civil viveu um período de grande crescimento até por volta de 2014, quando empregava 106 mil pessoas no Ceará. Em 2013, eram quase três milhões no setor em todo o país. O cenário é de desemprego. Na cidade de Fortaleza, segundo o sindicato dos trabalhadores, o número de empregados não passa de 10 mil e é comum encontrar operários desempregados fazendo malabarismo e acrobacias no sinal de trânsito em troca de um níquel.
O sindicato, além de orientar os desempregados sobre os lugares que ainda estão ofertando emprego, tem conversado com os desempregados na porta das obras, combinando com a queda de braço com os patrões na campanha salarial.
O anúncio do governo federal, da queda do índice de desemprego, de 12,7% no primeiro trimestre para 12% no segundo trimestre, não chega a alterar o cenário e a crise no trabalho. Mesmo o IBGE, controlado por Bolsonaro, evita usar a expressão “retomada”. O país tinha, em junho, 12,766 milhões de desempregados.
Os números do IBGE mostram também que, como expressão da crise, o total de trabalhadores em “desalento”, que simplesmente desistiram de buscar trabalho, aumentou no mesmo período, subindo de 4,843 milhões para 4,877 milhões de pessoas.
Com Bolsonaro no governo, a vida do povo trabalhador só piora
Para piorar, nesta semana o governo anunciou a flexibilização das Normas Reguladoras (NR’s) sobre saúde e segurança do trabalhador. Essa medida é mais um brutal ataque aos direitos, que ainda vai piorar muito a terrivel situação atual, ampliando os acidentes e as mortes nos locais de trabalho de nosso país, em especial entre os precarizados. Mais um crime desse governo anti-trabalhador.
Não há atalhos. A saída é investirmos com tidas as nossas forças na luta coletiva e unificada, construindo um novo dia nacional de lutas e mobilizações, em dia 13 de agosto. Para termos emprego, educação, aposentadoria e democracia, é preciso derrotar o governo Bolsonaro e seus ataques nas ruas.
*Colaborou Fábio José, de Fortaleza (CE).
Top 5 da semana

brasil
Prisão de Bolsonaro expõe feridas abertas: choramos os nossos, não os deles
colunistas
O assassinato de Charlie Kirk foi um crime político
brasil
Injustamente demitido pelo Governo Bolsonaro, pude comemorar minha reintegração na semana do julgamento do Golpe
psol
Sonia Meire assume procuradoria da mulher da Câmara Municipal de Aracaju
mundo