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BRASIL

Rede de mentiras: Denunciar e derrotar as mentiras do governo

Ao mesmo tempo em que nada é feito sobre as denúncias reveladas pela Vaza Jato ou sobre o Caso Queiroz, a Polícia Federal age e prende supostos hackers que “invadiram” o celular de Moro.

Marco Dantas, do Rio de Janeiro, RJ
Marcelo Camargo/ Ag Brasil / via Fotos Públicas

O ministro Sergio Moro, durante cerimônia em Brasília, no dia 31 de junho.

Tudo leva a crer que vivemos essa atual situação política no país muito em função de uma rede de mentiras.

Com as denúncias de Glenn Greenwald e a equipe do The Intercept Brasil, comprovamos uma grande operação da Lava Jato para denunciar, condenar, prender e tirar Lula do processo eleitoral. Sem entrar no mérito das denúncias contra o ex-presidente, todo o processo, a partir do vazamento, se tornou comprometido, devido à ação irregular do ex-juiz Sérgio Moro e do procurador Deltan Dallagnol.

Com Lula fora do processo, Bolsonaro conseguiu se firmar como favorito e venceu as eleições. O resto da história, todos sabemos: um ex-juiz de 1° instância se tornou ministro e aspira ao STF. Um prêmio por serviços prestados e pela rede de mentiras disseminada.

Hoje, as autoridades no país não apuram as evidentes e elucidativas mensagens vazadas pelo The Intercept Brasil referente ao escândalo da Lava Jato (condenação e prisão de Lula), envolvendo Moro e Dallagnol. Um escândalo nacional.

 

Há um verdadeiro conluio de políticos, ministros do STF, desembargadores e juízes, que tenta blindar o outrora ex-juiz “super-herói” e “paladino da justiça” e esvaziar as denúncias da Vaza Jato

Diante desse conjunto de diálogos lidos e ouvidos nos vazamentos-denúncias divulgados e debatidos por Glenn Greenwald, em sabatinas na Câmara e Senado, pôde-se observar que há um verdadeiro conluio de políticos, ministros do STF, desembargadores e juízes, que tenta blindar o outrora ex-juiz “super-herói” e “paladino da justiça” e esvaziar as denúncias da Vaza Jato. Sem falar nas campanhas de robôs nas redes sociais inundando a internet de fake news e de apoiadores reais do ex-juiz, adeptos do “Morobloco”.

As ditas autoridades, insistem em não apurar, também, provas abundantes e irrefutáveis sobre o esquema de corrupção envolvendo o ex-policial, Fabrício Queiroz, funcionário laranja e Flávio Bolsonaro – senador e filho mais velho do presidente. Este caso ainda teria ramificações com outros laranjas e com milicianos no Rio de Janeiro.

Por outro lado, vemos a Polícia Federal agir e prender os supostos hackers que “invadiram” o celular do ex-juiz e atual ministro da Justiça.

Muito estranho que Moro tenha pedido alguns dias de licença e logo depois a PF tenha operado uma ação que visa impor uma nova narrativa sobre as mensagens atribuídas ao ex-juiz. Obviamente não devemos acreditar na tese de hackers. Isso nada mais é do que um mecanismo de desviar a atenção da opinião pública com o apoio da mídia e tentar dar fôlego ao ministro da Justiça, pra tentar fazê-lo virar o jogo.

É preciso considerar as chamadas teorias da conspiração e entendê-las como possíveis engrenagens usadas pelo sistema. O episódio da facada em Bolsonaro, em Juiz de Fora, criou mais um forte elemento político-emocional que ajudou no objetivo de eleger o atual presidente. Esse episódio da facada – que foi explorado na peça-denúncia “Facada no Mito” (You Tube), atesta que Adélio Bispo – autor da facada – não agiu sozinho e teve o conluio de comparsas que o ajudaram a criar mais uma fraude, da rede de mentiras que ajudou a levar a extrema-direita ao poder.

Podemos citar aqui algumas teorias da conspiração que ficaram no imaginário popular e político envolvendo as mortes de Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Eduardo Campos e Teori Zavascki.

Saindo do conspiracionismo e adentrando nos fatos concretos na narrativas de mentiras, vemos que o STF se calou sobre a reforma trabalhista, que prejudicou o conjunto dos trabalhadores e precarizou as relações de trabalho, e segue apoiando os governos no sentido de prejudicar os servidores, inclusive com o aval para possíveis demissões. Tudo isso baseado numa falsa narrativa que depõe contra os servidores. O STF segue a lógica de tentativa de acabar com o serviço público apoiada pelo governo Bolsonaro.

A Reforma da Previdência é uma das maiores inverdades de todos os tempos e que une desde o ministro da Economia, Paulo Guedes, e Bolsonaro, até o Congresso Nacional, na figura do deputado Rodrigo Maia (DEM), passando pelos banqueiros e Rede Globo. Um grande festival de mentiras contra o povo.

Reforma Trabalhista e da Previdência, lisura das investigações da Força Tarefa da Lava Jato, inocência de Flávio… tudo mentira. Vivemos uma situação política vil, nojenta e numa narrativa ficcional.

Por muito pouco já deveríamos estar nas ruas pra impedir e denunciar essa rede de mentira dos poderosos.