A eleição do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro acontece de 16 a 18 de julho. O processo eleitoral será feito em conjunto com a da Federação Nacional dos Jornalistas e sua Comissão Nacional de Ética. Mas, diferente do quadro nacional onde pela primeira vez em muitos anos terá uma chapa de unidade, no Rio a eleição será duramente disputada.
A situação da entidade é crítica. O sindicato fechou suas portas e demitiu todos os seus funcionários sem pagar os débitos trabalhistas.
Algumas assembleias de acordos coletivos nem tem debates, as pessoas vão apenas preencher uma cédula com sim ou não ao ACT apresentado. A direção sequer respeitou a decisão de assembleia que aprovou a realização de um congresso municipal da categoria em 2018. O resultado de tanta despolitização é o menor índice de sindicalizados de todos os tempos.
O site foi tirado do ar pela direção, tirando o acesso aos acordos salariais, às tabelas profissionais, entre outros assuntos. Só voltou há alguns dias, após o manifesto da chapa de oposição denunciar o absurdo publicamente. A chapa 2, Pela Reconstrução do SindiJor Rio, é formada em sua maioria por jornalistas independentes, mas também reúne militantes do PCB, PT e PSol.
Entre as propostas da chapa, além da reconstrução do Sindicato em novos moldes políticos e administrativos, a retomada do debate para a criação do Sindicato Único dos Trabalhadores em Comunicação, que representaria todos os trabalhadores do ramo, afinal os patrões são os mesmos e só se beneficiam da divisão entre os trabalhadores.
A análise resumida do processo político foi feita no manifesto de lançamento da chapa:
Pela reconstrução do Sindijor-Rio
São imensos os desafios de quem se propõe a participar do sindicato no atual momento de desmonte do movimento sindical e de ataques direto aos trabalhadores e à categoria dos jornalistas. Em um país marcado por retrocessos e violência legitimada e estimulada por um governo que pretende impor, ainda mais, sacrifícios para muitos enquanto garante os privilégios de alguns. A linha editorial dos gigantes da comunicação foi importante para dar uma aparência de normalidade na quebra institucional, nas ilegalidades do Judiciário que gestaram a atual conjuntura política, mas vem também do jornalismo, nos últimos dias, as provas das ilegalidades e falta de ética dos mitos de barro construídos pela grande imprensa. É uma prova que o jornalismo está no centro dos acontecimentos e segue vivo e necessário para a sociedade, quando age em defesa do interesse público denunciando injustiças e abusos.
A CHAPA 2 propõe a união de todos os setores que estão no campo crítico a estes retrocessos em defesa dos jornalistas e dos demais trabalhadores, esquecendo antigas divergências. O esvaziamento das lutas sindicais vem acontecendo em outras categorias, mas foram ampliadas ainda mais pela direção do Sindjor-Rio que apostou nisso para se manter na entidade. Uma direção que retira do ar seu site sem nenhuma explicação à categoria, prejudicando os milhares de frilas que usavam a tradicional tabela do sindicato, sem falar no acesso às informações, acordos coletivos, histórico da categoria etc; que não oferece apoio jurídico e cobra por homologações; que demite todos seus funcionários com meses de salários atrasados e sem, sequer, avisar antes à categoria. Uma direção que não propôs alternativas para ampliar a participação da categoria, deixando até mesmo de realizar um congresso de jornalistas aprovado por unanimidade em assembleia e previsto no estatuto para cada dois anos.
A CHAPA 2 sabe que o sindicato precisa ser reconstruído em todos os sentidos. Sua direção deve ser democratizada e transparente. A posição sectária do grupo que compõe a direção é oposta à tomada pelas diversas forças políticas do campo dos jornalistas em nível nacional, já que pela primeira vez em muitos anos a eleição para a FENAJ (Federação Nacional dos Jornalistas) terá chapa única, com representantes da situação e da oposição reunidos.
A CHAPA 2 sabe que o resgate do sindicato não pode ser feito apenas por uma diretoria. A reconstrução de uma entidade de referência para os jornalistas só será possível com a participação de toda a categoria opinando no dia-a-dia, debatendo e elaborando propostas de ação conjuntas para diversos temas. A reconstrução do sindicato é uma tarefa para toda a categoria no Rio de janeiro. A CHAPA 2 defende a unidade pela base da categoria: unir todos os que querem reconstruir o sindicato dos jornalistas, de modo que volte a ser uma ferramenta de organização, mobilização e de luta dos jornalistas, capaz de enfrentar todos os desafios que temos pela frente.
CHAPA 2 – Luta Jornalista – Pela Reconstrução do Sindicato
Administração e Finanças – Executiva: Cícero Rabelo; 1º Suplente: Moêma Coelho; 2º Suplente: Randolpho de Souza
Diretoria do Departamento Jurídico – Executiva: André Pellicione; 1º Suplente: Renata Stuart; 2º Suplente: Jussara Magalhães
Diretoria de Comunicação Executiva: Diedro Barros, 1º Suplente: Claudionor Santana; 2º Suplente: Livia Ferrari
Diretoria de Formação – Executiva: Leo Leal, 1º Suplente: Cláudio Tostes; 2º Suplente: Rogério Lessa
Diretoria de Relações Institucionais e Combate às Opressões nas Relações de Trabalho – Executiva: Luiz Carlos Coutinho; 1º Suplente: Virgílio Souza; 2º Suplente: Paulo Murilo Valporto
Mais: facebook.com/lutajornalistarj e lutajornalistarj.blogspot.com
Comentários