As organizações de direita e extrema-direita voltam a convocar protestos de rua a favor do governo Bolsonaro, do ex-juiz e atual ministro da Justiça, Sérgio Moro, da Lava-Jato e de sua agenda reacionária.
Neste dia 30 de junho estarão nas ruas os defensores da contrarreforma da Previdência, dos cortes nas verbas da educação publica, do projeto anti-povo, anti-pobre e anti-negro de Moro, da liberação das armas, das privatizações, enfim, de um conjunto de propostas reacionárias que significam brutais ataques aos diretos sociais e democráticos da maioria do povo brasileiro.
Tendo a frente setores de classe média mais abastados, as manifestações deste dia 30 são uma tentativa dos aliados e apoiadores de Bolsonaro fortalecerem seu governo e as medidas que ele propõe.
Eles querem aprofundar ainda mais a ofensiva sobre os direitos sociais e democráticos e defendem uma saída ainda mais autoritária para a crise política brasileira.
Portanto, os trabalhadores e a juventude, principalmente suas parcelas mais oprimidas, não tem nada o que fazer nesses atos reacionários.
Nossa luta é nas ruas
Em maio, se iniciou uma luta política nas ruas. De um lado os movimentos da classe trabalhadora e dos estudantes promoveram fortes protestos nacionais no 15M e 30M, sobretudo contra os cortes de verbas da educação pública. Do outro, os bolsonaristas, que fizeram também grandes protestos no dia 26 de maio, embora em número menor dos realizados pelos movimentos sociais.
Essa batalha nas ruas seguiu em junho, quando as centrais sindicais e as frentes nacionais de luta convocaram o 14J.
As manifestações de amanhã, portanto, tem o objetivo de responder ao crescimento do movimento de resistência ao governo Bolsonaro e seus ataques.
O governo vem sofrendo desgastes e perdendo popularidade. Esse processo pode ser sentido nas pesquisas de opinião, onde o Bolsonaro perde cada vez mais apoio, ou mesmo no contato direto com os trabalhadores que votaram em Bolsonaro e agora, parte deles, começam a se arrepender.
Entretanto, é uma ilusão pensar que o governo é fraco e sem iniciativa. Em que pese a perda de parte de sua popularidade, principalmente aquela alcançada no segundo turno das eleições e no início do governo, Bolsonaro ainda tem, infelizmente, um apoio expressivo numa parte da população. Ainda existe, no mínimo, uma divisão na maioria da população em relação ao desempenho do governo.
A luta contra esse governo de extrema-direita e sua agenda de ataques aos direitos não é uma tarefa nada fácil. Não devemos exagerar as nossas forças.
Por isso, as mobilizações precisam se intensificar, com o objetivo de consolidar a hegemonia nas ruas dos movimentos da classe trabalhadora, dos estudantes e dos oprimidos .
Por um novo dia nacional de lutas e paralisações
As Centrais Sindicais, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo devem intensificar o chamado a mobilização para derrotar a contrarreforma da previdência e os cortes nas verbas da educação publica.
Além destas duas bandeiras, que tem sido os principais motores da mobilização e devem seguir sendo as prioridades, devemos exigir outras, como: uma CPI da #Vazajato, o Fora Moro do Ministério da Justiça e a liberdade imediata de Lula.
Apostar numa estratégia de negociar pontos da reforma da Previdência com o governo Bolsonaro e o centrão de Rodrigo Maia, como infelizmente vêm fazendo os governadores, inclusive os do PT e dos partidos de oposição, e centrais sindicais como a UGT, só levará o nosso movimento à derrota.
Agora que o relatório da contrarreforma da Previdência entra num momento mais decisivo de tramitação na comissão especial da Câmara de Deputados, é a hora de mais firmeza e de uma politica ousada de mobilização.
Uma atividade fundamental vai ser a manifestação nacional em Brasília, no dia 12 de julho, colada ao Congresso da UNE e o Conad do Andes-SN. Neste dia, principalmente os estudantes e os profissionais de educação podem ocupar Brasília. Mas, para isso, o apoio ativo do conjunto do movimento é fundamental.
Mas, em sua última reunião, as centrais sindicais cometeram um erro importante ao não marcar um novo dia nacional de lutas e paralisações, em agosto, logo após o recesso parlamentar e as férias escolares.
Já existe uma importante decisão da CNTE, que marcou uma greve nacional dos profissionais de educação da rede básica para dia 13 de agosto.
Portanto, devemos não só apoiar a greve dos profissionais de educação, mas sim devemos transformar este dia em um novo, unificado e grande protesto nacional contra o governo e seus ataques, com paralisações e atos de rua em todo o Brasil.
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